Geovanne Maria Moreira.
Prezados amigos,
Salve Maria!
Há algum tempo, me chegou
às mãos uma pequena carta de um grande santo. Trata-se da Carta (quase que
profética) sobre “A Unidade da Igreja”,
escrita por São Cipriano de Cartago (251 d.C). Li e reli algumas vezes a
aludida carta, entretanto, nunca me atentei para as coisas que irei tratar
neste pequeno e simplório artigo.
Nosso Senhor disse: “Quem não está comigo está contra mim”
(S. Mateus XII,30). Esta será a premissa que regerá todo este artigo.
Após o desastroso advento
do Modernismo na Igreja com o Concílio Vaticano II, podemos constatar o
afastamento da Hierarquia da Igreja Católica. A correlação existente entre
catolicismo e os ministros do seu Culto, infelizmente não existe mais e, com
isso, verificamos padres não-católicos, bispos não-católicos e até mesmo papas
não-católicos. Há de se perguntar como se constata com tamanha segurança estes fenômenos.
Nosso Senhor disse: “Quem tem ouvidos,
ouça” (S. Mateus XI,15). Quem tem olhos para ver que veja em que estado se
encontra a igreja conciliar hoje.
Há algum tempo, o padre
ser (sempre) católico era uma certeza inequívoca. Quando o fiel ia procurar ou
mesmo demandar com algum padre/bispo/papa, ele, o fiel, podia ter a certeza de
que se tratava de um Ministro Católico; hoje, não mais. E porque disso?
Simplesmente porque deixaram a Igreja Católica para fundar uma nova religião: A
religião do homem, o antropoteísmo. A
verdadeira fé foi deixada de lado para a nova religião triunfar e servir ao
homem. “Mas, quando vier o Filho do
Homem, acaso achará fé sobre a terra?” (São Lucas XVIII,8), pergunta o
Santíssimo Redentor.
Muitos nos acusam de
sedevacantismo e cisma, entretanto, em poucas linhas logo trataremos disso.
Poderemos ver claramente
que tudo isso que acontece é, nada mais, nada menos, primeiro, para a maior
glória de Deus e depois, para que se cumpram as Sagradas Escrituras.
Que Deus e a Virgem venham
em nosso socorro e nos ajude nestes dias tão laboriosos: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil”.
(II Timóteo III,1).
DA UNIDADE DA IGREJA:
São Cipriano, bispo de Cartago
(249 d.C) escreve aos seus para alertá-los sobre a necessidade de que a Igreja
de Deus permanecesse unida e indivisa. De fato, conforme veremos, a Igreja de
Deus não pode ser dividida haja vista ser o Corpo Místico do Cordeiro
Imaculado.
São Cipriano inicia a
aludida carta já com um aviso. Diz o santo: “vigiai: o inimigo vem disfarçado”. Nos primeiros capítulos da
Carta, São Cipriano trata de uma das coisas mais importantes na percepção,
primeiro, de uma crise reinante, depois de como compreender a infiltração do
inimigo de Deus na Sua santa Religião.
Após algumas advertências,
o Santo nos diz:
“De fato, não devemos temer só a
perseguição e os vários ataques que se desencadeiam abertamente para arruinar e
abater os servos de Deus. Quando o
perigo é manifesto, a cautela é mais fácil. O nosso espírito está mais
pronto para lutar contra um adversário abertamente declarado. É mais necessário
ter medo e guardar-nos do inimigo que penetra às escondidas, e se vai
insinuando oculta e tortuosamente com falsas imagens de paz. Bem lhe convém o
nome de serpente! Essa foi sempre a sua astúcia, esse foi sempre o tenebroso e
pérfido engano com que tenta seduzir o homem.” (grifos
não contém nos originais)
É preciso que este
pensamento seja o alicerce de todo o resistente a esta onda farisaica que hoje
se apresenta como católica. Quando os ataques insidiosos são feitos às claras,
fica muito mais fácil resistir. Entretanto, quando as investidas do inimigo de
Deus veem sorrateiramente, fica um pouco difícil a compreensão de alguns dos
fiéis que, incautos, caem facilmente na conversa ardil de alguns tantos outros
chamados neo-conservadores que, se aproveitam de um arcabouço aparentemente
católico para disseminar suas doutrinas pestilentas.
E para que isso que acabei
de dizer não fique apenas em minhas palavras, deixo abaixo o restante daquele
capítulo iniciado:
“Já no começo do mundo mentiu e
enganou as almas crédulas e ingênuas (dos nossos primeiros pais),
acariciando-as com palavras falazes [Gênesis III,1ss] . Igualmente ousou tentar
a Cristo, nosso Senhor, e se aproximou dele insinuando, disfarçando, mentindo.
Foi contudo desmascarado e repelido. Desta vez, foi derrotado porque foi
reconhecido e descoberto [São Mateus IV,1ss].”
Ficam claras as coisas
quando pegamos textos de santos (de fatos santos e não santos-fabricados como João Paulo II e João XXIII, papas).
A SEPARAÇÃO DA HIERARQUIA
DA IGREJA CATÓLICA
São Cipriano continua a
sua carta dizendo que, primeiro e acima de tudo, é necessário cumprir os
mandamentos da Lei de Deus e desprezar o que é do contrário.
Ele diz:
“Mas, como poderíamos chegar à
imortalidade, sem observar os mandamentos de Cristo? São eles os únicos meios
para combater e vencer a morte. Ele nos avisa: “Se queres chegar à vida,
observa os mandamentos” (São Mateus XIX,17), e, de novo: “Se fizerdes o que vos
mando, já não vos chamarei servos, mas amigos” (São João XV,15).”
São Cipriano, como
discípulo de Cristo ensina tudo o que foi pregado pelo Mestre, ao contrário dos
últimos Vigários de Cristo que se tem
apresentado ao mundo.
Quando do término do
Concilio Vaticano II e da promulgação dos seus nefandos decretos pode-se
observar que aquilo que se ensinava, distanciava e muito da Sã Doutrina
ensinada pela Igreja desde sempre. Qualquer um do povo e mais os eclesiásticos puderam
constatar esta corrupção da fé católica. Colocaram o Homem no lugar de Deus e
desprezaram os ensinamentos do Deus que se fez Homem.
O papa Paulo VI, quando do
seu discurso na última seção pública de encerramento do Concílio Vaticano II,
em 7 de dezembro de 1.965, diz que:
“Vós, humanistas do nosso tempo,
que negais as verdades transcendentes, dai ao Concílio ao menos este louvor e
reconhecei este nosso humanismo novo: também nós — e nós mais do que ninguém somos cultores do homem.”
(não contém grifos nos originais)
Quatro anos mais tarde, em
13 de julho de 1.969, o mesmo papa diz que:
“O homem é tanto gigante quanto divino, em sua origem e
destino. Por isso, honra ao homem, honra à sua dignidade, ao seu espírito, à
sua vida.” (grifos não contém nos originais)
Pois bem, muitos –neoconservadores–
nos acusam de sedevacantismo e cisma, entretanto, é preciso que se faça este
pequeno esforço intelectual: Antes da Revolução Conciliar, tínhamos 260 papas
que ensinaram a Doutrina de Cristo e o cumprimento dos Mandamentos
imaculadamente e, com o advento do malfadado Concílio, os papas, a saber, João
XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e agora o suposto papa
Francisco I (suposto porque nem ele se intitula papa, então, não queremos ser
mais papistas que o bispo de Roma)
passaram a ensinar uma nova doutrina.
São Paulo, escrevendo aos Gálatas, nos adverte:
“Mas, ainda que alguém - nós ou um
anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos
anunciado, que ele seja anátema”. (Gálatas I,8)
Então, vejamos: estes
aludidos papas contrariaram e contrariam 260 Sumos Pontífices e tantos outros
concílios, bem como as Sagradas Escrituras, e nós quem somos os cismáticos e sedevacantistas?
Estes senhores (papas),
meus amigos, se afastaram da verdadeira fé, se apostataram! A fé destes senhores não é a fé católica. Eles
não são católicos! Estes senhores que se assentaram no Trono de São Pedro não
fazem parte da Igreja de Cristo e isto dizemos com aperto no coração. Enquanto
que São Paulo nos diz que “asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por
mim não tem nada de humano” (Gálatas I,11), os últimos papas não poderão dizer
isso, haja vista que a doutrina pregada por eles não passa de doutrina humana e
humanista. Como diria Monsenhor Lefebvre: “Roma
está em apostasia!”. Que Roma está em apostasia é um fato que não se
pode negar.
Outros tantos nos dizem
que somos excomungados. Monsenhor Lefebvre responde à esses:
“Então estamos para ser
excomungados por modernistas, por gente que foi condenada por Papas anteriores.
Então o que isso pode fazer realmente? Nós somos condenados por homens que,
eles próprios, estão condenados…” (Conferência de imprensa, Ecône,
15 de junho de 1988)
E, se ainda assim,
insistirem que somos excomungados, diremos com todas as letras:
“Nós nunca quisemos pertencer a
este sistema que se qualifica a si mesmo de Igreja Conciliar. Ser excomungado
por um decreto de Vossa Eminência... não seria mais que a prova irrefutável de
que não o somos. Não pedimos nada melhor que ser declarados ex-communione... excluídos da comunhão ímpia com os
infiéis”. (Carta aberta ao Cardeal Gantin, 6 de Julho de 1988 assinada
por 24 sacerdotes da FSSPX.)
Monsenhor Lefebvre ainda
diz que:
“Estaria muito feliz de ser excomungado
desta Igreja Conciliar... É uma Igreja que eu não reconheço. Eu pertenço a
Igreja Católica”. (Minute 30 Julho de 1976)
Outros nos dizem
cismáticos, Monsenhor Lefebvre também responde a esses:
“Nós aderimos de todo o coração e
com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições
necessárias à manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de
verdade. Pelo contrário, negamo-nos e sempre temos nos negado a seguir a Roma
de tendência neo-modernista e neo-protestante, que se manifestou claramente no
Concílio Vaticano II e, depois do Concílio, em todas as reformas que dele
surgiram.” (Declaração de 21 de novembro de 1974)
Analisando bem en-passant, a Nostra Aetate e os malditos Encontros
de Assis contrariam claramente o Primeiro Mandamento da Lei de Deus e as
Escrituras (em especial, Salmo 95,5) e violam o Reinado Social de Nosso Senhor
Jesus Cristo; a Dignitatis Humanae
contraria claramente a Mirari-vos do
Papa Gergório XVI e a Quanta Cura do
Papa Pio IX. Não adentrarei em pormenores a respeito da contrariedade dos
documentos citados, haja vista que estão disponíveis, inclusive, na internet,
onde qualquer um tem acesso.
São Celestino I, papa, nos
diz que:
“Não temos absolutamente por
católico o que aparecer como contrário às sentenças anteriormente fixadas.”
As Escrituras nos advertem
à comunhão com os não-católicos: “Foge do
homem herege, depois da primeira e segunda correção; sabendo que um tal homem
está pervertido e peca, condenado pelo seu próprio juízo” (Tito III,
10,11); “Se alguém vem a vós e não traz
esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o
saúda, participa das suas obras más” (II João, X,11).
Algumas autoridades
advertiram os papas conciliares dos seus erros, em especial os Cardeais
Ottaviani e Bacci, e bem como os Monsenhores de Castro Mayer e Lefebvre, o que
torna os papas ainda mais culpáveis dos seus erros.
Roma não é mais católica e
isso tem sido ventilado desde há muito tempo:
“A Igreja que afirma tais erros é
tanto cismática como herética. Esta Igreja Conciliar portanto, não é Católica.”
(Monsenhor Lefebvre, Julho 29 de 1976, Reflexões sobre a Suspensão a Divinis)
Dentre tantas deformidades
pregadas abertamente há 50 anos podemos concluir que, dentre as virtudes a fé
sobressai à obediência. São Paulo, escrevendo aos Hebreus, nos diz que “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus.”
(Hebreus XI,6) e Nosso Senhor nos demanda: “Mas,
quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?” (São Lucas
XVIII,8). Ele não nos pergunta se acaso encontrará obediência quando o Divino
Salvador voltar.
Os que ocuparam o Trono de
São Pedro, ultimamente, deveriam dizer, como disse o seu primeiro antecessor: “Pedro e os apóstolos replicaram: Importa
obedecer antes a Deus do que aos homens”. (Atos dos Apóstolos V,29). É
preciso, meus amigos, obedecer, antes, a Deus que aos homens e por isso, a
virtude da obediência queda em grau menor à virtude da fé. É preciso preservar
a nossa fé e obedecer a Deus, porque sem fé é impossível agradar a Deus.
Monsenhor Lefebvre, a
respeito da obediência, nos interpela:
“Se esse governo [da Igreja
conciliar] abandona sua função e se volta contra a fé, o que devemos fazer?
Permanecer apegados ao governo ou permanecer apegados à fé? Temos de escolher.
A primazia é da fé ou é do governo? Estamos diante de um dilema e nos vemos
obrigados a escolher.”. Dom Lefebvre, Homilia para a
missa crismal da Quinta-Feira Santa, 27 de março de 1986.
“Não recusamos a autoridade do
Papa, mas o que ele faz. Reconhecemos sua autoridade, mas quando ele se serve
dela para fazer o contrário do objetivo para o qual essa autoridade lhe foi
dada, é evidente que não podemos segui-lo.”. Dom Lefebvre,
in Fideliter nº 66, Nov.-dez. 1988, p. 27-31.
Voltando a Carta objeto
deste artigo, São Cipriano continua:
“Devemos, pois, prestar atenção às
suas palavras, devemos aprender e praticar o que ele ensinou e o que fez. Como
poderia asseverar que acredita em Cristo aquele que não cumpre o que Cristo
mandou? E como conseguirá o prêmio da fé aquele que recusa a fé no que foi
mandado? Fatalmente ele irá vacilando, à ventura, e, arrastado pelo espírito do
erro, será varrido como pó agitado pelo vento. Nunca poderão conduzir à
salvação os passos daquele que não adere à verdade da única via que salva.”
“Como conseguirá o prêmio da fé aquele que não cumpre o que Cristo
mandou?” é a pergunta que deve ser feita aos aderentes do Concílio Vaticano
II que inaugurou uma nova religião com mandamentos diferentes daqueles fixados
no Cânon católico.
A Dignitatis Humanae e a Unitatis
Reitegratio abrem todas as possibilidades fechadas por São Cipriano de
Cartago. Enquanto que o santo diz que a salvação vem apenas da Via que salva,
ou seja, Cristo e Sua Igreja, os documentos apóstatas asseveram que em outras
religiões e no protestantismo existem
elementos de salvação e santidade.
Prossegue São Cipriano:
“Devemos pois guardar-nos, irmãos
caríssimos, não só dos males que aparecem claramente como tais, mas também,
como já disse, daqueles que nos enganam pela sutileza da astúcia e da fraude.”
Pode-se observar que São
Cipriano, de maneira quase que profética nos alerta sobre o que viria nos nossos
tempos. A entrada sorrateira de doutrina estranha à catolicidade no Corpo dos
fiéis foi impressionante e hoje o liberalismo conduziu uma massa imensa de
fiéis à apostasia completa e geral. João Paulo II, inclusive, um dos maiores
destruidores da fé católica disse claramente que a Igreja hoje encontra-se numa
“apostasia silenciosa” (João Paulo
II, Ecclesia in Europa, nºs 7 e 9, DC nº 2296, 20/7/2003, p. 671-672.). E nós quem somos os excomungados e
cismáticos?
São Cipriano diz que “O demônio é o autor dos cismas” e elenca
algumas tarefas do demônio. Vejamos:
“Então, o que faz o malvado?
Inventa nova fraude para enganar os incautos com o próprio título do nome
cristão. Introduz as heresias e os cismas para derrubar a fé, para contaminar a
verdade e dilacerar a unidade. Assim, não podendo mais segurar os seus na
cegueira da antiga superstição, os rodeia, os conduz ao erro por novos
caminhos. Rouba à Igreja os homens e, fazendo-lhes acreditar que alcançaram a
luz e se subtraíram à noite do século, envolve-os ainda mais nas trevas: não
observam a lei do Evangelho de Cristo e se dizem cristãos, andam na escuridão e
pensam que possuem a luz, nisto são iludidos e lisonjeados pelo adversário,
que, como diz o Apóstolo, “se transfigura em anjo de luz” (II Coríntios XI,14).”
Para que isso não seja
alvo de contraditas, o próprio papa Paulo VI confessou qual espírito conduziu o Concílio Vaticano
II:
“Por alguma brecha a fumaça de
Satanás entrou no templo de Deus: existe a dúvida, a incerteza, a
problemática, a inquietação, o confronto. Não se tem mais confiança na Igreja;
põe-se confiança no primeiro profeta profano que nos vem falar em algum jornal
ou em algum movimento social, para recorrer a ele pedindo-lhe se ele tem a
fórmula da verdadeira vida. E não advertimos, em vez disso, sermos
nós os donos e os mestres [dessa fórmula]. Entrou a dúvida nas nossas
consciências, e entrou pelas janelas que deviam em vez disso, serem abertas à
luz [...] Também na Igreja reina este estado de incerteza. Acreditava-se que,
depois do Concílio, viria um dia de sol para a história da Igreja. Em vez
disso, veio um dia de nuvens, de tempestade, de escuridão, de busca, de
incerteza. Pregamos o ecumenismo, e nos distanciamos sempre mais
dos outros. Procuramos cavar abismos em vez de aterrá-los.
Como aconteceu isso? Confiamo-vos um Nosso Pensamento: houve a
intervenção de um poder adverso. Seu nome é o Diabo”
(Papa Paulo VI.Discurso em
29 de Junho de 1972). (grifos não contém nos originais)
É preciso dizer mais algo,
após esta confissão? Acreditamos que não. Concatenando o texto do santo com a
confissão de Paulo VI, podemos concluir com o primeiro que fomos espoliados e
nos tiraram tudo, exceto a verdadeira fé que desprezaram. Após terem fundado
uma nova religião, convenceram o povo simples de que aquela nova religião
inaugurada era o Catolicismo verdadeiro e que o suposto cristo que pregavam era
o Cristo de Nazaré, Filho da Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria. Diz o santo, o
que se aplica claramente aos padres conciliares: “não observara a lei do Evangelho de Cristo e se dizem cristãos, andam
na escuridão e pensam que possuem a luz.”. Pensam, eles, que detém a
verdadeira fé e enganam os incautos, enquanto que a verdade é que estão fora da
Igreja como cismáticos!
O Cardeal Suenens comparou
o Concílio Vaticano II com a Revolução Francesa ao dizer que: “O Concílio Vaticano II foi o 1789 na Igreja”
e é por isso e por muito mais que Monsenhor Lefebvre diz que:
“Cremos poder afirmar, atendo-nos à
crítica interna e externa do Vaticano II, ou seja, analisando os textos e
estudando os pormenores deste Concílio, que este, ao dar as costas à Tradição e
romper com a Igreja do passado, é um Concílio cismático.” (Le
Figaro, 4 de agosto de 1976).
São Cipriano continua a
denunciar:
“Disfarça seus ministros em
ministros de justiça, ensina-lhes a dar à noite o nome de dia, à perdição o
nome de salvação, ensina-lhes a propalar o desespero e a perfídia sob o rótulo
da esperança e da fé, a apregoar o Anticristo com o nome de Cristo. Mestres na
arte de mentir, diluem com as suas sutilezas toda a verdade. Isto acontece,
irmãos caríssimos, porque não se bebe à fonte mesma da verdade, não se busca
aquele que é a Cabeça, nem se observam os ensinamentos do Mestre celestial.”
A nova igreja é assim que faz: Alguns
padres/bispos/papas diz que o branco é preto e o preto é branco, que dia é
noite e que a noite é dia. Muitos dizem que vem em nome do Cristo, mas veem, na
verdade, em nome do anticristo. Nosso Senhor disse: “Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a
muitos” (São Mateus XXIV,5).
Eles (os conciliares)
usurparam de tudo o que era católico. Santo Atanásio ( diz que o que é mais importante num
contexto de crise é guardar a fé católica:
“Eles [os arianos], então, possuem
os templos. Vós, em contrapartida, a tradição da Fé apostólica. Eles,
consolidados nesses lugares, estão na verdade à margem da verdadeira Fé,
enquanto vós, que estais excluídos dos templos, permaneceis dentro dessa Fé.
Confrontemos pois que coisa é mais importante, o templo ou a Fé, e ficará
evidente que é mais importante a verdadeira Fé. Portanto, quem perdeu mais, ou
quem possui mais, o que retém um lugar, ou o que retém a Fe? O lugar certamente
é bom, suposto que ali se pregue a Fé dos Apóstolos; é santo, se ali habita o
Santo. Vós sois os ditosos que pela Fé permaneceis dentro da Igreja, descansais
nos fundamentos da Fé, e gozais da totalidade da Fé, que permanece não confusa.
Por tradição apostólica ela chegou até vós, e muito freqüentemente um ódio
nefasto quis deslocá-la, mas não conseguiu; ao contrário, esses mesmos
conteúdos da Fé que eles quiseram deslocar os destruíram a eles. É isto, com
efeito, o que significa afirmar: ‘TU ÉS O FILHO DO DEUS VIVO’. Portanto,
ninguém prevalecerá jamais contra vossa Fé, meus queridos irmãos, e, se em
algum momento Deus lhes devolver os templos, será preciso o mesmo
convencimento: a Fé é mais
importante que os templos.” (Santo Atanásio, Patrologia Grega,
tomo 26, col. 118/90). (não contém grifos nos originais)
Na sua Carta, São Cipriano
nos diz que:
“Aquele que não guarda esta unidade
poderá pensar que ainda guarda a fé? Aquele que resiste e faz oposição à Igreja
poderá confiar que ainda está na Igreja? Aquele que não guarda esta unidade,
proclamada também por Paulo, poderá pensar que ainda guarda a fé? Aquele que
abandona a cátedra de Pedro, sobre o qual foi fundada a Igreja, poderá confiar
que ainda está na Igreja?”
Como é possível que,
aqueles que apartaram da Verdadeira fé pode guardar a Unidade da Igreja? São
cismáticos! Eles (os conciliares) se separaram da Igreja Verdadeira e fundaram
uma nova
igreja, a igreja liberal, progressista, conciliar, ecumênica, colegiada
que não é a Igreja Católica fundada por Cristo. Santo Atanásio nos diz que “ai
“É incontestável que os últimos
vinte anos foram decididamente desfavoráveis à Igreja católica. Os
resultados que vieram com o Concílio parecem cruelmente
opostos às expectativas de todos… Esperava-se uma nova unidade católica e
foi-se, no entanto, ao encontro de uma divergência… da autocrítica
à autodemolição. Esperava-se um novo entusiasmo e, no entanto, a
maioria acabou no tédio e no desencorajamento. Esperava-se um salto para
frente e, no entanto, encontraram-se diante de um processo progressivo
de decadência…” (Joseph Ratzinger apud Mons.
Brunero Gherardini. Concílio Ecumênico Vaticano II: um debate a ser feito. Rio
de Janeiro: Pinus, 2011, p. 221). (os grifos não contém nos originais)
ADVERTÊNCIA DE SÃO
CIPRIANO AOS FIÉIS E O AFASTAMENTO DA VERDADEIRA IGREJA:
São Cipriano alerta os
fiéis sobre as falsas doutrinas malévolas que se instalaram na Igreja:
“Ninguém engane os irmãos com
mentiras, ninguém corrompa a pureza da fé com pérfidos desvios.”
“Aquele que, afastando-se da Igreja
– diz São Cipriano – vai juntar-se a uma adúltera, fica privado dos bens
prometidos à Igreja. Quem abandona a Igreja de Cristo não chegará aos prêmios
de Cristo. Torna-se estranho, torna-se profano, torna-se inimigo.”
Devemos guardar a fé,
santa e imaculada para não sermos privados das graças e bens prometidos à
Igreja de Deus. Não podemos nos afastar da Doutrina Perene. Não podemos deixar
a Igreja de Cristo como muitos deixaram. A nossa esperança de salvação é a
Barca de São Pedro, a nossa tábua de salvação é a Nova Arca. Continua o santo:
“Não pode ter Deus por Pai quem não
tem a Igreja por mãe. Como ninguém se pôde salvar fora da arca de Noé, assim
ninguém se salva fora da Igreja. O Senhor nos alerta e diz: “Quem não está
comigo está contra mim, quem comigo não recolhe, dissipa” (Mt 12,30). Quem
rompe a paz e a concórdia de Cristo trabalha contra Cristo. Quem faz colheita
alhures, fora da Igreja, esse dissipa a Igreja de Cristo.”
O catecismo promulgado por
João Paulo II para a nova igreja diz que existem elementos de salvação e santificação no protestantismo e nas demais
religiões. Ora, São Cipriano, em conformidade com toda a Tradição da Igreja e
com os Dogmas de fé diz que não se acha salvação fora de Cristo e Sua Igreja,
já, diametralmente oposto, João Paulo II diz que é possível elementos de
salvação e santificação em outras religiões. Como resolver esta questão? Ficar
com o ensinamento santo ou com o neo-beato
da neo-igreja?
São Cipriano continua:
“Não pode possuir a veste de Cristo
aquele que rasga e divide a Igreja de Cristo. Portanto quem será tão celerado e
pérfido, tão louco pelo furor da discórdia, para pensar como possível ou até
para ousar romper a unidade de Deus, a veste do Senhor, a Igreja de Cristo?”
Muitos foram loucos e se
desviaram da Verdadeira fé e da Igreja de Cristo. Muitos que hoje são
ovacionados, inclusive, nos palácios apostólicos romperam com a Igreja Católica
e hoje vivem da sua própria religião inventada. São Paulo adverte a estes:
“Porque virá tempo em que os homens
já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e
pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os
ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas”. (II Timóteo
IV,3-4)
Ainda a respeito da
unidade, diz São Cipriano:
“Achas tu que alguém pode
afastar-se da Igreja, fundar, a seu arbítrio, outras sedes e moradias diversas
e ainda perseverar na vida? Como podem estar no coração de um cristão a
ferocidade dos lobos, a raiva dos cães, o veneno mortífero das serpentes ou a
crueldade sanguinária das feras? Devemos
alegrar-nos quando os que têm esses sentimentos se separam da Igreja. Assim as
pombas e as ovelhas de Cristo não serão contagiadas pela sua maldade e pelo seu
veneno. Não podem conciliar-se e juntar-se amargura e doçura, trevas e luz,
chuva e céu sereno, guerra e paz, esterilidade e fecundidade, secura e
manancial, tempestade e bonança.” (grifos não
contém nos originais)
Com maestria, o santo nos
pede para não termos contato com os corrompidos a fim de que não nos
corrompamos com eles.
E quem, afinal é quem está
na Igreja, pode-se perguntar: Os que estão na Tradição Católica ou os progressistas,
modernistas e hereges? Responde o Santo:
“Não acreditem que os bons possam
deixar a Igreja: não é o trigo que o vento carrega, o furacão não arranca as
árvores que têm sólidas raízes. Ao contrário são as palhas vazias que a
tormenta agita, são as árvores vacilantes que a força dos turbilhões abate.
Contra esses o apóstolo S. João manifesta a sua repulsa, dizendo: “Saíram do
nosso meio, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, sem dúvida
teriam ficado conosco” (1Jo 2,19).”
A ORIGEM E A MALDADE DAS
HERESIAS:
Neste diapasão, São
Cipriano lança a teoria da origem das heresias:
“A origem de onde nasceram
freqüentemente e continuam nascendo as heresias é a seguinte: há mentes
perversas e sem paz, que, discordando em sua perfídia, não podem suportar a
unidade. O Senhor, por seu lado, respeita a liberdade do arbítrio humano,
permite e tolera que isto aconteça, a fim de que o crisol da verdade purifique
os nossos corações e as nossas mentes, e, na provação, resplandeça com luz
inequívoca a integridade da fé. O Espírito Santo nos previne, por meio do
Apóstolo: “Convém que haja heresias para que entre vós se tornem manifestos os
que resistem à prova” (1Cor 11,19). Assim, aqui mesmo, antes do dia do juízo,
são divididas as almas dos justos e dos perversos e as palhas são separadas do
trigo.”
Conforta-nos saber que
Deus permite que estas coisas (heresias) aconteçam para que fortaleça ainda
mais a nossa fé e que a luz resplandeça sobre as trevas, a Verdade sobre a
mentira e que o triunfo da Verdadeira Religião se dará, mais cedo ou mais
tarde.
Muito se discute quando se
diz que houve o rompimento da Tradição Católica com o advento do Concílio
Vaticano II. Alguns, com razão, dizem que sim, outros, sem razão dizem que não
e justificam. Pegam alguns textos antigos para justificar erros atuais,
entretanto, não passando de falácias, caem por terra os argumentos. A respeito
disso, diz o santo:
“São falsificadores do Evangelho e
intérpretes mentirosos. Apegam-se ao que é dito depois, esquecendo o que foi dito
antes, lembram-se de uma parte da frase e, astutamente, deixam do lado a outra.
Assim como eles se separaram da Igreja, do mesmo modo truncam o sentido de uma
única sentença.”
Monsenhor Lefebvre,
sabiamente diz que:
“Alguns querem mudar isso ou aquilo
e se ligar a Roma e ao Papa... Nós o faríamos claro, se eles voltassem a
Tradição e continuassem o trabalho de todos os papas do século XIX e da
primeira metade do século XX. Mas eles mesmos reconhecem que tomaram um novo
caminho, que o Concílio Vaticano II abriu uma nova era e que a Igreja percorre
uma nova etapa.”
E diz ainda:
“Interrogá-los-ei no plano
doutrinal: Estão de acordo com as grandes encíclicas de todos os papas que vos
precederam? Estão de acordo com a Quanta Cura de Pio IX, Immortale Dei e
Libertas de Leão XIII, Pascendi de Pio X, Quas Primas de Pio XI, Humani Generis
de Pio XII? Estão em plena comunhão com esses papas e com suas afirmações?
Aceitais ainda o juramento anti-modernista? São a favor do reino social de
Nosso Senhor Jesus Cristo? Se não aceitam a doutrina de seus predecessores, é
inútil falar. Enquanto não tiverem aceitado reformar o Concílio considerando a
doutrina desses papas, não há diálogo possível. É inútil dialogar!”
(Fideliter, nº 66, novembro de 1988, p. 12-13)
Antes de discutir sobre a
validade do Magistério Ordinário nos textos do Concílio Vaticano II, bem como
das reformas que foram feitas após essa Revolução, deve-se observar isto que
diz São Cipriano:
“Como poderão estar reunidos dois
ou três em nome de Cristo, se é patente que estão separados de Cristo e do seu
Evangelho? De fato não somos nós que nos apartamos deles, mas eles de nós. E
quando, em seguida, formando entre si vários grupos, deram origem a heresias e
cismas, abandonaram a cabeça e a fonte da verdade.”
Hoje, após o Concílio,
pouco se entende. Se um fiel for a um padre perguntar sobre determinado
assunto, dirá, o padre: “Sim!”. Se esse mesmo fiel for a outro padre fazendo a
mesma demanda, ouvirá: “Não!” e se for a um terceiro, ouvirá um “Talvez...”. É
assim, uma Babel Doutrinal. Ninguém se entende mais. O catecismo novo afirma
numa página e nega em outra. A respeito disso, diz São Cipriano:
“Ainda que esses homens fossem
mortos pela confissão do nome cristão, o seu sangue não lavaria esta mancha. O
pecado da discórdia é tão grande e tão imperdoável, que não se apaga nem pelos
tormentos. Não pode ser mártir quem não está na Igreja, não pode alcançar o
Reino quem abandonou aquela que nasceu para reinar.”
Santo Agostinho, neste
mesmo diapasão diz que:
“Se, permanecendo separado da
Igreja, é perseguido por um inimigo de Cristo […] e que o inimigo de Cristo diz
ao separado da Igreja de Cristo: “Oferece incenso aos ídolos, adora os meus
deuses”, e o mata porque ele não os adora, poderá derramar o seu sangue, mas
não receber a coroa”
Tudo isso que se passa no
mundo (não só no âmbito religioso) já fora predito nas Sagradas Escrituras e
por outras profecias. Diz São Cipriano:
“Este mal, ó irmãos fidelíssimos,
já tinha começado algum tempo atrás, mas agora, como triste calamidade, foi
crescendo dia a dia e a venenosa praga da heresia e dos cismas aparece e pulula
sempre mais. Assim deve acontecer no fim do mundo, como nos vaticina e nos
avisa o Espírito Santo por meio do Apóstolo: “Nos últimos dias, diz ele, chegarão
tempos difíceis e haverá homens que só buscam os próprios gostos, soberbos,
arrogantes, avarentos, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, desalmados,
sem afeição e sem respeito de compromisso, caluniadores, incontinentes,
violentos, sem nenhum amor ao bem, traidores, atrevidos, estupidamente altivos,
amando mais os prazeres que Deus, ostentando um verniz de religiosidade, mas
conculcando todo valor religioso. Deles são os que se insinuam nas casas e
conquistam mulherzinhas carregadas de pecados, que se deixam levar por várias
volúpias e se mostram sempre curiosos de saber, mas nunca chegam ao
conhecimento da verdade. E como
Jamnes e Mambres fizeram resistência contra Moisés, assim estes resistem à
verdade. Mas não serão bem sucedidos, porque a sua incapacidade será a
todos manifesta, como aconteceu àqueles” (IITim III,1-9).
Tudo o que tinha sido preanunciado
se está cumprindo e, enquanto se aproxima o fim do mundo, tudo se realiza nas
pessoas e nos acontecimentos. O adversário está solto. Cada vez mais, o erro
vai espalhando os seus enganos. A insensatez gera orgulho, arde a inveja, a
cobiça chega até à cegueira, a impiedade deprava, a soberba incha, a discórdia
exaspera, a ira enfurece.” (grifos não contém nos originais)
Continua a Santo:
“Evitai, pois, eu vo-lo peço,
irmãos, esses homens e repeli, de vosso lado e de vossos ouvidos suas
perniciosas conversas, como se repele um contágio mortífero. Está escrito:
"Cerca os teus ouvidos com uma sebe de espinhos e não ouças a língua
maldosa" (Eclo 28,24). E ainda: "As péssimas conversas corrompem até
as pessoas de boa índole" (1Cor 15,33). O Senhor nos recomenda que
evitemos essa gente. "São cegos, diz ele, e guias de cegos. Quando é um
cego que conduz outro cego, caem juntos na fossa" (Mt 15,14).”
Convém estar longe e fugir de
qualquer um que se separou da Igreja. É um transviado, um culpado, ele se
condena por si próprio [Cf Ti 3,11]. Poderá pensar que está com Cristo aquele
que está tramando contra os sacerdotes de Cristo e se separa da comunidade do
seu clero e do seu povo? Ele levanta armas contra a Igreja e resiste às ordens
de Deus. Adversário do altar, rebelde contra o Sacrifício de Cristo, traidor na
fé, sacrílego na religião, servo intratável, filho ímpio, irmão inimigo,
despreza os bispos e abandona os sacerdotes de Deus e ousa erguer um outro
altar, pronunciar com voz ilícita uma outra prece, profanar, com falsos
sacrifícios, a Hóstia do Senhor, e esquece que quem vai contra as ordens de
Deus será punido com os divinos castigos pela sua atrevida audácia.
SOBRE O “NOVO CULTO” E OS
CONFESSORES:
Todo católico que é ligado
a Tradição conhece a Bula Quo Primum
Tempore do Papa São Pio V que promulgou e definiu a Missa de Sempre,
dogmatizando-a para todo o sempre. São Pio V na aludida Bula diz que:
“Da mesma forma decretamos e declaramos que os
Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres
seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer
Ordem, não sejam obrigados a celebrar
a Missa de outro modo que o por Nós ordenado; nem sejam coagidos e
forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente
Bula não poderá jamais, em tempo
algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e
válida, em toda a sua força. [...] Queremos e, pela mesma autoridade,
decretamos que, depois da publicação de Nossa presente Constituição e deste
Missal, todos os padres sejam obrigados a cantar ou celebrar a Missa de acordo
com ele: os que estão na Cúria Romana, após um mês; os que habitam aquém dos
Alpes, dentro de três meses; e os que habitam além das montanhas, após seis
meses ou assim que encontrem este Missal à venda. [...] Assim, portanto, que a
ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se
opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato,
preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição. Se alguém, contudo, tiver a audácia de
atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus
Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo.”
(grifos não contém nos originais)
São Cipriano, a respeito
do Culto Cristão, nos assevera que:
“Assim Coré, Datã e Abirão
receberam, sem demora, o castigo da sua presunção, porque, violando as ordens de Moisés e do sacerdote Aarão,
pretenderam usurpar o direito de oferecer sacrifícios [Cf Num 16,31-35]. A
terra perdeu a sua firmeza, fendeu-se numa profunda voragem, e o chão, assim
aberto, os engoliu vivos e em pé. A justiça indignada de Deus não atingiu só os
autores daquele gesto, mas também os outros duzentos e cinqüenta, seus
companheiros, que foram cúmplices e solidários com eles. De repente saiu do
Senhor um fogo punitivo e os consumiu. Isto deve valer como demonstração e
sinal de que foi ofensa contra Deus tudo o que aqueles perversos tentaram, com
suas vontades humanas, para frustrar as ordens do próprio Deus.”
(grifos não contém nos originais)
Pois então, os autores do
novo missal violaram as Leis da Igreja e incorreram nas penas previstas na Bula
Quo Primum Tempore. Promulgaram um novo missal para a nova igreja, um novo
culto, o culto do homem, o antropoteísmo disfarçado de Sacrifício Salvífico.
A respeito da nova Missa,
diz Monsenhor Lefebvre:
“A nova missa conduz ao pecado
contra a fé, e é um dos pecados mais graves, mais perigosos, porque é a perda
da fé”. (Mons. Lefebvre, La
messe de toujours, textos reunidos pelo Pe. Troadec, Clovis, 2005, págs.
396-397).
Contrariando séculos de
Doutrina Católica e Liturgia, mudaram o Missal, fizeram outro catecismo para
adaptar ao mundo moderno, fizeram um novo Código de Direito Canônico, revogaram
o Santo Ofício, reformularam a Cúria, mudaram os Sacramentos, mudaram o Credo
colocando expressões bonitinhas como
“Mansão dos Mortos” invés de Infernos,
mudaram a Oração Dominical, Padre-Nosso, mudaram a posição do padre e dos
altares, enfim, pela Lex orandi, Lex
credendi, mudaram a fé, inauguraram outra religião. Sobre estas mudanças,
assevera Monsenhor Lefebvre:
“Nós não pertencemos a esta
religião. Nós pertencemos a religião antiga, a religião Católica, não a esta
religião universal como é chamada agora. Já não é a religião Católica...”
(Sermão de 29 de Junho de 1976).
Ainda fazendo alusão ao
malfadado Concílio diz o Santo:
“São esses os exemplos que seguem e
imitam os que buscam doutrinas estranhas, introduzem ensinamentos de invenção
humana e desprezam a divina tradição. A eles aplicam-se as repreensões e as
censuras do Evangelho: “Rejeitais o mandamento de Deus para apegar-vos à vossa
própria tradição (pagã)” (Mc 7,90).”
Por mais que sejam
advertidos os aderentes ao último Concílio, não estão dispostos a deixar a nova
religião inventada. A esse respeito, São Cipriano diz:
“Este crime é pior do que aquele
que se pensa terem cometido os lapsos, ao menos se falarmos dos que estão
arrependidos e rogam a Deus perdão do seu pecado, dispostos a dar completa
satisfação. Os lapsos, com súplicas, procuram a Igreja, os cismáticos
combatem-na. Os primeiros podem ter sido vítimas de alguma pressão, os segundos
erram no pleno uso da sua liberdade. O lapso, pecando, se prejudicou unicamente
a si mesmo, ao passo que aquele que tenta criar heresias e cismas engana a
muitos, arrastando-os à sua seita. Lá há detrimento de uma só alma, aqui o
perigo é de muitos. O lapso reconhece que certamente pecou, disto lamenta-se e
chora, o cismático, cheio de orgulho no seu coração e comprazendo-se dos seus
próprios erros, arranca os filhos à mãe, afasta, com aliciamentos, as ovelhas
do Pastor, arrasa os divinos Sacramentos. O lapso pecou só uma vez, o outro
continua pecando a cada dia. Por fim, o lapso, mais tarde, poderá enfrentar o
martírio e conseguir as promessas do Reino, o cismático, ao contrário, se for
morto enquanto está fora da Igreja, não alcançará os prêmios da Igreja.”
Aos confessores, São
Cipriano manda uma advertência:
“É confessor? Por isto, mais do que
nunca, deve permanecer fiel ao Evangelho do Senhor, ele que pelo Evangelho
conseguiu esta honra. Diz o Senhor: “A quem muito é dado, muito será pedido e a
quem é concedida maior dignidade, deste exigem-se maiores serviços” (São Lucas XII,48).
Ninguém se deixe levar à perdição pelo mau exemplo de algum confessor. Ninguém
aprenda, do seu modo de proceder, a injustiça, a arrogância ou a perfídia.”
Alguns trechos da Carta de
São Cipriano, me faz lembrar dos baluartes da fé Católica, os Monsenhores de
Castro Mayer e Lefebvre:
“Vemos também que chamou a Judas
entre os Apóstolos, e este Judas, em seguida, traiu o Senhor. A fé e a
perseverança dos Apóstolos não esmoreceram pelo fato que Judas traidor tinha
pertencido ao seu grupo. Igualmente em nosso caso: a santidade e a dignidade
dos confessores não ficam destruídas, se naufragou a fé em alguns deles. Lembrando-se de ter alcançado a graça e
a benevolência de Deus na Igreja, não se afastam da paz da mesma Igreja. Nisto
merecem mais amplo louvor pela sua fé, porque, desligando-se da perfídia
daqueles que já foram seus companheiros na confissão, resistiram ao contágio do
mal. Iluminados pela luz verdadeira do Evangelho, brilhando na pura e cândida
claridade do Senhor, mostram-se tão dignos de encômio na conservação da paz de
Cristo, quanto o foram no combate, quando se tornaram vencedores do demônio.”
(não contém grifos nos originais)
APELO AOS QUE FORAM
ENGANADOS:
Após dar várias
advertências e conselhos, São Cipriano diz o que precisamos fazer:
“Se, todavia, este salutar conselho
não consegue reconduzir ao caminho da salvação certos chefes de cismas e certos
autores de dissensão, preferindo eles obstinar-se em sua cega demência, ao
menos os demais, os que foram surpreendidos na sua simplicidade, ou se deixaram
desviar por algum equívoco, ou foram enganados pelo ardil de uma astúcia
dissimulada, ao menos vós sacudi os laços falaciosos, livrai dos erros os
vossos passos extraviados, sabei reconhecer o caminho reto que conduz ao céu.
Ouvi a voz do Apóstolo, que clama: “Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, nós
vos mandamos, diz ele, que vos afasteis de todos os irmãos que andam
desordenadamente e não segundo a tradição que receberam de nós” (2Tes 3,6). E
de novo: “Ninguém vos engane com vãs palavras. Por causa disto veio a ira de
Deus sobre os filhos da contumácia. Não estejais, pois, ao lado deles” (Efésios
V,6-7). Deveis evitar os delinqüentes e até fugir deles, para que não aconteça
que, juntando-se aos que trilham os caminhos do erro e do crime, alguém se
desvie também da verdade e se torne culpado de igual delito.”
Já no ano de 249 desta
Era, São Cipriano diz que as profecias já estão acontecendo. Se ele vivesse nos
tempos atuais, não se sabe o quanto espantaria ao ver a corrupção da fé.
“Por isto o Senhor, falando destes
nossos tempos, diz no Evangelho: "Quando vier o Filho do homem, pensas que
encontrará fé na terra?" (Lc 18,8). Vemos que está acontecendo o que ele
predisse. No que diz respeito ao temor de Deus, à lei da justiça, ao amor, às
obras, não há mais fé. Ninguém se preocupa com as coisas que hão de vir,
ninguém pensa no dia do Senhor, na ira de Deus, nos futuros suplícios dos
incrédulos, nos eternos tormentos destinados aos pérfidos. Se crêssemos, a
nossa consciência teria medo de tudo isto. Se não temos medo é sinal que não
cremos. Quem acredita se acautela, quem se acautela se salva.”
CONCLUSÃO:
Conclui a sua Carta, o
Santo:
“Despertemos, irmãos diletíssimos,
quebremos o sono da inércia rotineira e, por quanto for possível, sejamos
vigilantes em guardar e cumprir os preceitos do Senhor. Sejamos prontos, como
ele seja, quando diz: “Estejam cingidos os vossos rins, e as lâmpadas acesas
nas vossas mãos, e vós sede semelhantes a homens que esperam o seu dono, quando
voltar das núpcias, para lhe abrirem logo que ele chegar e bater.
Bem-aventurados os servos que o Senhor, chegando, encontrar vigilantes” (São
Lucas XII,35-37). É necessário que estejamos cingidos, a fim de que, quando
vier o dia da partida, não sejamos surpreendidos cheios de impedimentos e de
embaraços. Fique sempre viva a nossa luz e brilhe em boas obras, para nos guiar
da noite deste mundo aos esplendores da claridade eterna. Sempre solícitos e
cautos, fiquemos à espera da chegada repentina do Senhor. Quando ele bater,
encontre a nossa fé vigilante com uma tal vigilância que mereça receber o
prêmio do mesmo Senhor.”
“Se forem observados esses
mandamentos, se forem postas em prática essas exortações, não acontecerá que
sejamos vencidos, no sono, pela falácia do demônio, mas, como servos bons e
vigilantes, reinaremos com Cristo glorioso.”
Monsenhor Lefebvre
observando a corrupção da fé que se deu ultimamente, afirma que:
“Uma vontade permanente de
aniquilamento da Tradição é uma vontade suicida que autoriza, por si mesma, os
católicos verdadeiros e fiéis a tomar todas as iniciativas necessárias à
sobrevivência e à salvação das almas”. Dom Lefebvre, “Homilia em Ecône,
30 de junho de 1988, por ocasião das sagrações episcopais”, in Vu de haut nº 13
(outono 2006), p. 64.
Precisamos resistir a tudo
que se opõe a verdadeira fé mesmo que a ordem ou o ensino tenha vindo
diretamente do papa. A Doutrina ensina que:
“Se (o Papa) baixar uma ordem
contrária aos bons costumes, não se há de obedecer-lhe; se tentar fazer algo manifestamente
oposto à justiça e ao bem comum, será lícito resistir-lhe (…)
(“De Fide”, dist. X, sect. VI, n° 16).
Em nome de uma falsa
obediência muitos desprezam a fé recebida dos Apóstolos para ficar com o que é
humano. Monsenhor Lefebvre, na sua Carta Pastoral “O golpe de mestre de Satanás” diz que:
“O Protestantismo arrancou meia
Cristandade da Igreja. A Revolução Francesa e a democracia aniquilaram sua
influência na esfera civil. Com o Concílio Vaticano II, chega finalmente ao seu
coração. “Liberdade”, “igualdade” e “fraternidade”, ideal assumido pela Igreja
sob a nova face de “liberdade religiosa”, “colegialidade” e “ecumenismo”. A
jogada, envenenar o Corpo Místico de Cristo. O meio, que a autoridade
eclesiástica hasteie e imponha os princípios da Revolução. O fim, a autodestruição da Igreja pela via da obediência.”
(não contém grifos nos originais)
Muitos nos perguntam como
fazer com o Bispo de Roma, que não se
diz papa, Francisco. Damos a mesma resposta que Monsenhor Lefebvre no mesmo
livro (Carta Pastoral), falando do Papa Paulo VI:
“Nossa conclusão, neste caso, é a
seguinte: estamos com Paulo VI, sucessor de Pedro quando cumpre seu papel;
negamo-nos a seguir ao Paulo VI sucessor de Lutero, de Rousseau, de Lamennais,
etcétera.”
Se acontecerá de a Hierarquia
voltar á Igreja Católica, não sabemos. Só Deus o sabe. As profecias precisam se
cumprir. O Corpo Místico de Cristo aparecerá ainda glorioso, como foi com o Seu
Santíssimo Corpo físico, entretanto, antes de aparecer glorioso, foi crucificado, morto e sepultado, desceu
aos infernos...