terça-feira, 19 de novembro de 2013

São Cipriano de Cartago e o estado atual da Igreja Conciliar.


Geovanne Maria Moreira.

INTRODUÇÃO:


Prezados amigos,

Salve Maria!

Há algum tempo, me chegou às mãos uma pequena carta de um grande santo. Trata-se da Carta (quase que profética) sobre “A Unidade da Igreja”, escrita por São Cipriano de Cartago (251 d.C). Li e reli algumas vezes a aludida carta, entretanto, nunca me atentei para as coisas que irei tratar neste pequeno e simplório artigo.

Nosso Senhor disse: “Quem não está comigo está contra mim” (S. Mateus XII,30). Esta será a premissa que regerá todo este artigo.

Após o desastroso advento do Modernismo na Igreja com o Concílio Vaticano II, podemos constatar o afastamento da Hierarquia da Igreja Católica. A correlação existente entre catolicismo e os ministros do seu Culto, infelizmente não existe mais e, com isso, verificamos padres não-católicos, bispos não-católicos e até mesmo papas não-católicos. Há de se perguntar como se constata com tamanha segurança estes fenômenos. Nosso Senhor disse: “Quem tem ouvidos, ouça” (S. Mateus XI,15). Quem tem olhos para ver que veja em que estado se encontra a igreja conciliar hoje.

Há algum tempo, o padre ser (sempre) católico era uma certeza inequívoca. Quando o fiel ia procurar ou mesmo demandar com algum padre/bispo/papa, ele, o fiel, podia ter a certeza de que se tratava de um Ministro Católico; hoje, não mais. E porque disso? Simplesmente porque deixaram a Igreja Católica para fundar uma nova religião: A religião do homem, o antropoteísmo. A verdadeira fé foi deixada de lado para a nova religião triunfar e servir ao homem. “Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?” (São Lucas XVIII,8), pergunta o Santíssimo Redentor.

Muitos nos acusam de sedevacantismo e cisma, entretanto, em poucas linhas logo trataremos disso.

Poderemos ver claramente que tudo isso que acontece é, nada mais, nada menos, primeiro, para a maior glória de Deus e depois, para que se cumpram as Sagradas Escrituras.

Que Deus e a Virgem venham em nosso socorro e nos ajude nestes dias tão laboriosos: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil”. (II Timóteo III,1).



DA UNIDADE DA IGREJA:

São Cipriano, bispo de Cartago (249 d.C) escreve aos seus para alertá-los sobre a necessidade de que a Igreja de Deus permanecesse unida e indivisa. De fato, conforme veremos, a Igreja de Deus não pode ser dividida haja vista ser o Corpo Místico do Cordeiro Imaculado.

São Cipriano inicia a aludida carta já com um aviso. Diz o santo: “vigiai: o inimigo vem disfarçado”. Nos primeiros capítulos da Carta, São Cipriano trata de uma das coisas mais importantes na percepção, primeiro, de uma crise reinante, depois de como compreender a infiltração do inimigo de Deus na Sua santa Religião.

Após algumas advertências, o Santo nos diz:
“De fato, não devemos temer só a perseguição e os vários ataques que se desencadeiam abertamente para arruinar e abater os servos de Deus. Quando o perigo é manifesto, a cautela é mais fácil. O nosso espírito está mais pronto para lutar contra um adversário abertamente declarado. É mais necessário ter medo e guardar-nos do inimigo que penetra às escondidas, e se vai insinuando oculta e tortuosamente com falsas imagens de paz. Bem lhe convém o nome de serpente! Essa foi sempre a sua astúcia, esse foi sempre o tenebroso e pérfido engano com que tenta seduzir o homem.” (grifos não contém nos originais)

É preciso que este pensamento seja o alicerce de todo o resistente a esta onda farisaica que hoje se apresenta como católica. Quando os ataques insidiosos são feitos às claras, fica muito mais fácil resistir. Entretanto, quando as investidas do inimigo de Deus veem sorrateiramente, fica um pouco difícil a compreensão de alguns dos fiéis que, incautos, caem facilmente na conversa ardil de alguns tantos outros chamados neo-conservadores que, se aproveitam de um arcabouço aparentemente católico para disseminar suas doutrinas pestilentas.

E para que isso que acabei de dizer não fique apenas em minhas palavras, deixo abaixo o restante daquele capítulo iniciado:

“Já no começo do mundo mentiu e enganou as almas crédulas e ingênuas (dos nossos primeiros pais), acariciando-as com palavras falazes [Gênesis III,1ss] . Igualmente ousou tentar a Cristo, nosso Senhor, e se aproximou dele insinuando, disfarçando, mentindo. Foi contudo desmascarado e repelido. Desta vez, foi derrotado porque foi reconhecido e descoberto [São Mateus IV,1ss].”

Ficam claras as coisas quando pegamos textos de santos (de fatos santos e não santos-fabricados como João Paulo II e João XXIII, papas).


A SEPARAÇÃO DA HIERARQUIA DA IGREJA CATÓLICA

São Cipriano continua a sua carta dizendo que, primeiro e acima de tudo, é necessário cumprir os mandamentos da Lei de Deus e desprezar o que é do contrário.

Ele diz:

“Mas, como poderíamos chegar à imortalidade, sem observar os mandamentos de Cristo? São eles os únicos meios para combater e vencer a morte. Ele nos avisa: “Se queres chegar à vida, observa os mandamentos” (São Mateus XIX,17), e, de novo: “Se fizerdes o que vos mando, já não vos chamarei servos, mas amigos” (São João XV,15).”

São Cipriano, como discípulo de Cristo ensina tudo o que foi pregado pelo Mestre, ao contrário dos últimos Vigários de Cristo que se tem apresentado ao mundo.

Quando do término do Concilio Vaticano II e da promulgação dos seus nefandos decretos pode-se observar que aquilo que se ensinava, distanciava e muito da Sã Doutrina ensinada pela Igreja desde sempre. Qualquer um do povo e mais os eclesiásticos puderam constatar esta corrupção da fé católica. Colocaram o Homem no lugar de Deus e desprezaram os ensinamentos do Deus que se fez Homem.

O papa Paulo VI, quando do seu discurso na última seção pública de encerramento do Concílio Vaticano II, em 7 de dezembro de 1.965, diz que:

“Vós, humanistas do nosso tempo, que negais as verdades transcendentes, dai ao Concílio ao menos este louvor e reconhecei este nosso humanismo novo: também nós —  e nós mais do que ninguém somos cultores do homem. (não contém grifos nos originais)

Quatro anos mais tarde, em 13 de julho de 1.969, o mesmo papa diz que:

O homem é tanto gigante quanto divino, em sua origem e destino. Por isso, honra ao homem, honra à sua dignidade, ao seu espírito, à sua vida.” (grifos não contém nos originais)

Pois bem, muitos –neoconservadores– nos acusam de sedevacantismo e cisma, entretanto, é preciso que se faça este pequeno esforço intelectual: Antes da Revolução Conciliar, tínhamos 260 papas que ensinaram a Doutrina de Cristo e o cumprimento dos Mandamentos imaculadamente e, com o advento do malfadado Concílio, os papas, a saber, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e agora o suposto papa Francisco I (suposto porque nem ele se intitula papa, então, não queremos ser mais papistas que o bispo de Roma) passaram a ensinar uma nova doutrina. São Paulo, escrevendo aos Gálatas, nos adverte:

“Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema”. (Gálatas I,8)

Então, vejamos: estes aludidos papas contrariaram e contrariam 260 Sumos Pontífices e tantos outros concílios, bem como as Sagradas Escrituras, e nós quem somos os cismáticos e sedevacantistas?

Estes senhores (papas), meus amigos, se afastaram da verdadeira fé, se apostataram! A fé destes senhores não é a fé católica. Eles não são católicos! Estes senhores que se assentaram no Trono de São Pedro não fazem parte da Igreja de Cristo e isto dizemos com aperto no coração. Enquanto que São Paulo nos diz que “asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano” (Gálatas I,11), os últimos papas não poderão dizer isso, haja vista que a doutrina pregada por eles não passa de doutrina humana e humanista. Como diria Monsenhor Lefebvre: “Roma está em apostasia!”. Que Roma está em apostasia é um fato que não se pode negar.

Outros tantos nos dizem que somos excomungados. Monsenhor Lefebvre responde à esses:

“Então estamos para ser excomungados por modernistas, por gente que foi condenada por Papas anteriores. Então o que isso pode fazer realmente? Nós somos condenados por homens que, eles próprios, estão condenados…” (Conferência de imprensa, Ecône, 15 de junho de 1988)

E, se ainda assim, insistirem que somos excomungados, diremos com todas as letras:

“Nós nunca quisemos pertencer a este sistema que se qualifica a si mesmo de Igreja Conciliar. Ser excomungado por um decreto de Vossa Eminência... não seria mais que a prova irrefutável de que não o somos. Não pedimos nada melhor que ser declarados ex-communione... excluídos da comunhão ímpia com os infiéis”. (Carta aberta ao Cardeal Gantin, 6 de Julho de 1988 assinada por 24 sacerdotes da FSSPX.)

Monsenhor Lefebvre ainda diz que:

“Estaria muito feliz de ser excomungado desta Igreja Conciliar... É uma Igreja que eu não reconheço. Eu pertenço a Igreja Católica”. (Minute 30 Julho de 1976)

Outros nos dizem cismáticos, Monsenhor Lefebvre também responde a esses:

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias à manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade. Pelo contrário, negamo-nos e sempre temos nos negado a seguir a Roma de tendência neo-modernista e neo-protestante, que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II e, depois do Concílio, em todas as reformas que dele surgiram.” (Declaração de 21 de novembro de 1974)

Analisando bem en-passant, a Nostra Aetate e os malditos Encontros de Assis contrariam claramente o Primeiro Mandamento da Lei de Deus e as Escrituras (em especial, Salmo 95,5) e violam o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo; a Dignitatis Humanae contraria claramente a Mirari-vos do Papa Gergório XVI e a Quanta Cura do Papa Pio IX. Não adentrarei em pormenores a respeito da contrariedade dos documentos citados, haja vista que estão disponíveis, inclusive, na internet, onde qualquer um tem acesso.
São Celestino I, papa, nos diz que:

“Não temos absolutamente por católico o que aparecer como contrário às sentenças anteriormente fixadas.

As Escrituras nos advertem à comunhão com os não-católicos: “Foge do homem herege, depois da primeira e segunda correção; sabendo que um tal homem está pervertido e peca, condenado pelo seu próprio juízo” (Tito III, 10,11); “Se alguém vem a vós e não traz esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o saúda, participa das suas obras más” (II João, X,11).

Algumas autoridades advertiram os papas conciliares dos seus erros, em especial os Cardeais Ottaviani e Bacci, e bem como os Monsenhores de Castro Mayer e Lefebvre, o que torna os papas ainda mais culpáveis dos seus erros.

Roma não é mais católica e isso tem sido ventilado desde há muito tempo:

“A Igreja que afirma tais erros é tanto cismática como herética. Esta Igreja Conciliar portanto, não é Católica.” (Monsenhor Lefebvre, Julho 29 de 1976, Reflexões sobre a Suspensão a Divinis)

Dentre tantas deformidades pregadas abertamente há 50 anos podemos concluir que, dentre as virtudes a fé sobressai à obediência. São Paulo, escrevendo aos Hebreus, nos diz que “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus.” (Hebreus XI,6) e Nosso Senhor nos demanda: “Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?” (São Lucas XVIII,8). Ele não nos pergunta se acaso encontrará obediência quando o Divino Salvador voltar.

Os que ocuparam o Trono de São Pedro, ultimamente, deveriam dizer, como disse o seu primeiro antecessor: “Pedro e os apóstolos replicaram: Importa obedecer antes a Deus do que aos homens”. (Atos dos Apóstolos V,29). É preciso, meus amigos, obedecer, antes, a Deus que aos homens e por isso, a virtude da obediência queda em grau menor à virtude da fé. É preciso preservar a nossa fé e obedecer a Deus, porque sem fé é impossível agradar a Deus.

Monsenhor Lefebvre, a respeito da obediência, nos interpela:

“Se esse governo [da Igreja conciliar] abandona sua função e se volta contra a fé, o que devemos fazer? Permanecer apegados ao governo ou permanecer apegados à fé? Temos de escolher. A primazia é da fé ou é do governo? Estamos diante de um dilema e nos vemos obrigados a escolher.”. Dom Lefebvre, Homilia para a missa crismal da Quinta-Feira Santa, 27 de março de 1986. 

“Não recusamos a autoridade do Papa, mas o que ele faz. Reconhecemos sua autoridade, mas quando ele se serve dela para fazer o contrário do objetivo para o qual essa autoridade lhe foi dada, é evidente que não podemos segui-lo.”. Dom Lefebvre, in Fideliter nº 66, Nov.-dez. 1988, p. 27-31.

Voltando a Carta objeto deste artigo, São Cipriano continua:
“Devemos, pois, prestar atenção às suas palavras, devemos aprender e praticar o que ele ensinou e o que fez. Como poderia asseverar que acredita em Cristo aquele que não cumpre o que Cristo mandou? E como conseguirá o prêmio da fé aquele que recusa a fé no que foi mandado? Fatalmente ele irá vacilando, à ventura, e, arrastado pelo espírito do erro, será varrido como pó agitado pelo vento. Nunca poderão conduzir à salvação os passos daquele que não adere à verdade da única via que salva.”

Como conseguirá o prêmio da fé aquele que não cumpre o que Cristo mandou?” é a pergunta que deve ser feita aos aderentes do Concílio Vaticano II que inaugurou uma nova religião com mandamentos diferentes daqueles fixados no Cânon católico.

A Dignitatis Humanae e a Unitatis Reitegratio abrem todas as possibilidades fechadas por São Cipriano de Cartago. Enquanto que o santo diz que a salvação vem apenas da Via que salva, ou seja, Cristo e Sua Igreja, os documentos apóstatas asseveram que em outras religiões e no protestantismo existem elementos de salvação e santidade.

Prossegue São Cipriano:

“Devemos pois guardar-nos, irmãos caríssimos, não só dos males que aparecem claramente como tais, mas também, como já disse, daqueles que nos enganam pela sutileza da astúcia e da fraude.”

Pode-se observar que São Cipriano, de maneira quase que profética nos alerta sobre o que viria nos nossos tempos. A entrada sorrateira de doutrina estranha à catolicidade no Corpo dos fiéis foi impressionante e hoje o liberalismo conduziu uma massa imensa de fiéis à apostasia completa e geral. João Paulo II, inclusive, um dos maiores destruidores da fé católica disse claramente que a Igreja hoje encontra-se numa “apostasia silenciosa” (João Paulo II, Ecclesia in Europa, nºs 7 e 9, DC nº 2296, 20/7/2003, p. 671-672.). E nós quem somos os excomungados e cismáticos?

São Cipriano diz que “O demônio é o autor dos cismas” e elenca algumas tarefas do demônio. Vejamos:

“Então, o que faz o malvado? Inventa nova fraude para enganar os incautos com o próprio título do nome cristão. Introduz as heresias e os cismas para derrubar a fé, para contaminar a verdade e dilacerar a unidade. Assim, não podendo mais segurar os seus na cegueira da antiga superstição, os rodeia, os conduz ao erro por novos caminhos. Rouba à Igreja os homens e, fazendo-lhes acreditar que alcançaram a luz e se subtraíram à noite do século, envolve-os ainda mais nas trevas: não observam a lei do Evangelho de Cristo e se dizem cristãos, andam na escuridão e pensam que possuem a luz, nisto são iludidos e lisonjeados pelo adversário, que, como diz o Apóstolo, “se transfigura em anjo de luz” (II Coríntios XI,14).”

Para que isso não seja alvo de contraditas, o próprio papa Paulo VI confessou qual espírito conduziu o Concílio Vaticano II:

Por alguma brecha a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus: existe a dúvida, a incerteza, a problemática, a inquietação, o confronto. Não se tem mais confiança na Igreja; põe-se confiança no primeiro profeta profano que nos vem falar em algum jornal ou em algum movimento social, para recorrer a ele pedindo-lhe se ele tem a fórmula da verdadeira vida. E não advertimos, em vez disso, sermos nós os donos e os mestres [dessa fórmula]. Entrou a dúvida nas nossas consciências, e entrou pelas janelas que deviam em vez disso, serem abertas à luz [...] Também na Igreja reina este estado de incerteza. Acreditava-se que, depois do Concílio, viria um dia de sol para a história da Igreja. Em vez disso, veio um dia de nuvens, de tempestade, de escuridão, de busca, de incerteza. Pregamos o ecumenismo, e nos distanciamos sempre mais dos outros. Procuramos cavar abismos em vez de aterrá-los. Como aconteceu isso? Confiamo-vos um Nosso Pensamento: houve a intervenção de um poder adverso. Seu nome é o Diabo (Papa Paulo VI.Discurso em 29 de Junho de 1972). (grifos não contém nos originais)

É preciso dizer mais algo, após esta confissão? Acreditamos que não. Concatenando o texto do santo com a confissão de Paulo VI, podemos concluir com o primeiro que fomos espoliados e nos tiraram tudo, exceto a verdadeira fé que desprezaram. Após terem fundado uma nova religião, convenceram o povo simples de que aquela nova religião inaugurada era o Catolicismo verdadeiro e que o suposto cristo que pregavam era o Cristo de Nazaré, Filho da Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria. Diz o santo, o que se aplica claramente aos padres conciliares: “não observara a lei do Evangelho de Cristo e se dizem cristãos, andam na escuridão e pensam que possuem a luz.”. Pensam, eles, que detém a verdadeira fé e enganam os incautos, enquanto que a verdade é que estão fora da Igreja como cismáticos!

O Cardeal Suenens comparou o Concílio Vaticano II com a Revolução Francesa ao dizer que: “O Concílio Vaticano II foi o 1789 na Igreja” e é por isso e por muito mais que Monsenhor Lefebvre diz que:

“Cremos poder afirmar, atendo-nos à crítica interna e externa do Vaticano II, ou seja, analisando os textos e estudando os pormenores deste Concílio, que este, ao dar as costas à Tradição e romper com a Igreja do passado, é um Concílio cismático.” (Le Figaro, 4 de agosto de 1976).

São Cipriano continua a denunciar:

“Disfarça seus ministros em ministros de justiça, ensina-lhes a dar à noite o nome de dia, à perdição o nome de salvação, ensina-lhes a propalar o desespero e a perfídia sob o rótulo da esperança e da fé, a apregoar o Anticristo com o nome de Cristo. Mestres na arte de mentir, diluem com as suas sutilezas toda a verdade. Isto acontece, irmãos caríssimos, porque não se bebe à fonte mesma da verdade, não se busca aquele que é a Cabeça, nem se observam os ensinamentos do Mestre celestial.”

 A nova igreja é assim que faz: Alguns padres/bispos/papas diz que o branco é preto e o preto é branco, que dia é noite e que a noite é dia. Muitos dizem que vem em nome do Cristo, mas veem, na verdade, em nome do anticristo. Nosso Senhor disse: “Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a muitos” (São Mateus XXIV,5).

Eles (os conciliares) usurparam de tudo o que era católico. Santo Atanásio (373 d.C) diz que o que é mais importante num contexto de crise é guardar a fé católica:

“Eles [os arianos], então, possuem os templos. Vós, em contrapartida, a tradição da Fé apostólica. Eles, consolidados nesses lugares, estão na verdade à margem da verdadeira Fé, enquanto vós, que estais excluídos dos templos, permaneceis dentro dessa Fé. Confrontemos pois que coisa é mais importante, o templo ou a Fé, e ficará evidente que é mais importante a verdadeira Fé. Portanto, quem perdeu mais, ou quem possui mais, o que retém um lugar, ou o que retém a Fe? O lugar certamente é bom, suposto que ali se pregue a Fé dos Apóstolos; é santo, se ali habita o Santo. Vós sois os ditosos que pela Fé permaneceis dentro da Igreja, descansais nos fundamentos da Fé, e gozais da totalidade da Fé, que permanece não confusa. Por tradição apostólica ela chegou até vós, e muito freqüentemente um ódio nefasto quis deslocá-la, mas não conseguiu; ao contrário, esses mesmos conteúdos da Fé que eles quiseram deslocar os destruíram a eles. É isto, com efeito, o que significa afirmar: ‘TU ÉS O FILHO DO DEUS VIVO’. Portanto, ninguém prevalecerá jamais contra vossa Fé, meus queridos irmãos, e, se em algum momento Deus lhes devolver os templos, será preciso o mesmo convencimento: a Fé é mais importante que os templos. (Santo Atanásio, Patrologia Grega, tomo 26, col. 118/90). (não contém grifos nos originais)

Na sua Carta, São Cipriano nos diz que:

“Aquele que não guarda esta unidade poderá pensar que ainda guarda a fé? Aquele que resiste e faz oposição à Igreja poderá confiar que ainda está na Igreja? Aquele que não guarda esta unidade, proclamada também por Paulo, poderá pensar que ainda guarda a fé? Aquele que abandona a cátedra de Pedro, sobre o qual foi fundada a Igreja, poderá confiar que ainda está na Igreja?”

Como é possível que, aqueles que apartaram da Verdadeira fé pode guardar a Unidade da Igreja? São cismáticos! Eles (os conciliares) se separaram da Igreja Verdadeira e fundaram uma nova igreja, a igreja liberal, progressista, conciliar, ecumênica, colegiada que não é a Igreja Católica fundada por Cristo. Santo Atanásio nos diz que “ainda que os católicos fiéis à Tradição se reduzam a um punhado, são eles a Verdadeira Igreja de Jesus”. A verdadeira Igreja não pode ser esta igreja que se vê nas paróquias que vilipendia o Santíssimo Sacramento e o nome da Virgem.

E para encerrar esta parte sobre a Unidade, uma confissão do Cardeal Ratzinger em 1.985:

“É incontestável que os últimos vinte anos foram decididamente desfavoráveis à Igreja católica. Os resultados que vieram com o Concílio parecem cruelmente opostos às expectativas de todos… Esperava-se uma nova unidade católica e foi-se, no entanto, ao encontro de uma divergência… da autocrítica à autodemolição. Esperava-se um novo entusiasmo e, no entanto, a maioria acabou no tédio e no desencorajamento. Esperava-se um salto para frente e, no entanto, encontraram-se diante de um processo progressivo de decadência… (Joseph Ratzinger apud Mons. Brunero Gherardini. Concílio Ecumênico Vaticano II: um debate a ser feito. Rio de Janeiro: Pinus, 2011, p. 221). (os grifos não contém nos originais)

ADVERTÊNCIA DE SÃO CIPRIANO AOS FIÉIS E O AFASTAMENTO DA VERDADEIRA IGREJA:

São Cipriano alerta os fiéis sobre as falsas doutrinas malévolas que se instalaram na Igreja:

“Ninguém engane os irmãos com mentiras, ninguém corrompa a pureza da fé com pérfidos desvios.”

“Aquele que, afastando-se da Igreja – diz São Cipriano – vai juntar-se a uma adúltera, fica privado dos bens prometidos à Igreja. Quem abandona a Igreja de Cristo não chegará aos prêmios de Cristo. Torna-se estranho, torna-se profano, torna-se inimigo.”

Devemos guardar a fé, santa e imaculada para não sermos privados das graças e bens prometidos à Igreja de Deus. Não podemos nos afastar da Doutrina Perene. Não podemos deixar a Igreja de Cristo como muitos deixaram. A nossa esperança de salvação é a Barca de São Pedro, a nossa tábua de salvação é a Nova Arca. Continua o santo:
“Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe. Como ninguém se pôde salvar fora da arca de Noé, assim ninguém se salva fora da Igreja. O Senhor nos alerta e diz: “Quem não está comigo está contra mim, quem comigo não recolhe, dissipa” (Mt 12,30). Quem rompe a paz e a concórdia de Cristo trabalha contra Cristo. Quem faz colheita alhures, fora da Igreja, esse dissipa a Igreja de Cristo.”

O catecismo promulgado por João Paulo II para a nova igreja diz que existem elementos de salvação e santificação no protestantismo e nas demais religiões. Ora, São Cipriano, em conformidade com toda a Tradição da Igreja e com os Dogmas de fé diz que não se acha salvação fora de Cristo e Sua Igreja, já, diametralmente oposto, João Paulo II diz que é possível elementos de salvação e santificação em outras religiões. Como resolver esta questão? Ficar com o ensinamento santo ou com o neo-beato da neo-igreja?

São Cipriano continua:

“Não pode possuir a veste de Cristo aquele que rasga e divide a Igreja de Cristo. Portanto quem será tão celerado e pérfido, tão louco pelo furor da discórdia, para pensar como possível ou até para ousar romper a unidade de Deus, a veste do Senhor, a Igreja de Cristo?”

Muitos foram loucos e se desviaram da Verdadeira fé e da Igreja de Cristo. Muitos que hoje são ovacionados, inclusive, nos palácios apostólicos romperam com a Igreja Católica e hoje vivem da sua própria religião inventada. São Paulo adverte a estes:

“Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas”. (II Timóteo IV,3-4)

Ainda a respeito da unidade, diz São Cipriano:

“Achas tu que alguém pode afastar-se da Igreja, fundar, a seu arbítrio, outras sedes e moradias diversas e ainda perseverar na vida? Como podem estar no coração de um cristão a ferocidade dos lobos, a raiva dos cães, o veneno mortífero das serpentes ou a crueldade sanguinária das feras? Devemos alegrar-nos quando os que têm esses sentimentos se separam da Igreja. Assim as pombas e as ovelhas de Cristo não serão contagiadas pela sua maldade e pelo seu veneno. Não podem conciliar-se e juntar-se amargura e doçura, trevas e luz, chuva e céu sereno, guerra e paz, esterilidade e fecundidade, secura e manancial, tempestade e bonança.” (grifos não contém nos originais)

Com maestria, o santo nos pede para não termos contato com os corrompidos a fim de que não nos corrompamos com eles.
E quem, afinal é quem está na Igreja, pode-se perguntar: Os que estão na Tradição Católica ou os progressistas, modernistas e hereges? Responde o Santo:
“Não acreditem que os bons possam deixar a Igreja: não é o trigo que o vento carrega, o furacão não arranca as árvores que têm sólidas raízes. Ao contrário são as palhas vazias que a tormenta agita, são as árvores vacilantes que a força dos turbilhões abate. Contra esses o apóstolo S. João manifesta a sua repulsa, dizendo: “Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, sem dúvida teriam ficado conosco” (1Jo 2,19).”

A ORIGEM E A MALDADE DAS HERESIAS:

Neste diapasão, São Cipriano lança a teoria da origem das heresias:

“A origem de onde nasceram freqüentemente e continuam nascendo as heresias é a seguinte: há mentes perversas e sem paz, que, discordando em sua perfídia, não podem suportar a unidade. O Senhor, por seu lado, respeita a liberdade do arbítrio humano, permite e tolera que isto aconteça, a fim de que o crisol da verdade purifique os nossos corações e as nossas mentes, e, na provação, resplandeça com luz inequívoca a integridade da fé. O Espírito Santo nos previne, por meio do Apóstolo: “Convém que haja heresias para que entre vós se tornem manifestos os que resistem à prova” (1Cor 11,19). Assim, aqui mesmo, antes do dia do juízo, são divididas as almas dos justos e dos perversos e as palhas são separadas do trigo.”

Conforta-nos saber que Deus permite que estas coisas (heresias) aconteçam para que fortaleça ainda mais a nossa fé e que a luz resplandeça sobre as trevas, a Verdade sobre a mentira e que o triunfo da Verdadeira Religião se dará, mais cedo ou mais tarde.

Muito se discute quando se diz que houve o rompimento da Tradição Católica com o advento do Concílio Vaticano II. Alguns, com razão, dizem que sim, outros, sem razão dizem que não e justificam. Pegam alguns textos antigos para justificar erros atuais, entretanto, não passando de falácias, caem por terra os argumentos. A respeito disso, diz o santo:

“São falsificadores do Evangelho e intérpretes mentirosos. Apegam-se ao que é dito depois, esquecendo o que foi dito antes, lembram-se de uma parte da frase e, astutamente, deixam do lado a outra. Assim como eles se separaram da Igreja, do mesmo modo truncam o sentido de uma única sentença.”

Monsenhor Lefebvre, sabiamente diz que:

“Alguns querem mudar isso ou aquilo e se ligar a Roma e ao Papa... Nós o faríamos claro, se eles voltassem a Tradição e continuassem o trabalho de todos os papas do século XIX e da primeira metade do século XX. Mas eles mesmos reconhecem que tomaram um novo caminho, que o Concílio Vaticano II abriu uma nova era e que a Igreja percorre uma nova etapa.”

E diz ainda:

“Interrogá-los-ei no plano doutrinal: Estão de acordo com as grandes encíclicas de todos os papas que vos precederam? Estão de acordo com a Quanta Cura de Pio IX, Immortale Dei e Libertas de Leão XIII, Pascendi de Pio X, Quas Primas de Pio XI, Humani Generis de Pio XII? Estão em plena comunhão com esses papas e com suas afirmações? Aceitais ainda o juramento anti-modernista? São a favor do reino social de Nosso Senhor Jesus Cristo? Se não aceitam a doutrina de seus predecessores, é inútil falar. Enquanto não tiverem aceitado reformar o Concílio considerando a doutrina desses papas, não há diálogo possível. É inútil dialogar!” (Fideliter, nº 66, novembro de 1988, p. 12-13)

Antes de discutir sobre a validade do Magistério Ordinário nos textos do Concílio Vaticano II, bem como das reformas que foram feitas após essa Revolução, deve-se observar isto que diz São Cipriano:

“Como poderão estar reunidos dois ou três em nome de Cristo, se é patente que estão separados de Cristo e do seu Evangelho? De fato não somos nós que nos apartamos deles, mas eles de nós. E quando, em seguida, formando entre si vários grupos, deram origem a heresias e cismas, abandonaram a cabeça e a fonte da verdade.”

Hoje, após o Concílio, pouco se entende. Se um fiel for a um padre perguntar sobre determinado assunto, dirá, o padre: “Sim!”. Se esse mesmo fiel for a outro padre fazendo a mesma demanda, ouvirá: “Não!” e se for a um terceiro, ouvirá um “Talvez...”. É assim, uma Babel Doutrinal. Ninguém se entende mais. O catecismo novo afirma numa página e nega em outra. A respeito disso, diz São Cipriano:

“Ainda que esses homens fossem mortos pela confissão do nome cristão, o seu sangue não lavaria esta mancha. O pecado da discórdia é tão grande e tão imperdoável, que não se apaga nem pelos tormentos. Não pode ser mártir quem não está na Igreja, não pode alcançar o Reino quem abandonou aquela que nasceu para reinar.”

Santo Agostinho, neste mesmo diapasão diz que:

“Se, permanecendo separado da Igreja, é perseguido por um inimigo de Cristo […] e que o inimigo de Cristo diz ao separado da Igreja de Cristo: “Oferece incenso aos ídolos, adora os meus deuses”, e o mata porque ele não os adora, poderá derramar o seu sangue, mas não receber a coroa”

Tudo isso que se passa no mundo (não só no âmbito religioso) já fora predito nas Sagradas Escrituras e por outras profecias. Diz São Cipriano:

“Este mal, ó irmãos fidelíssimos, já tinha começado algum tempo atrás, mas agora, como triste calamidade, foi crescendo dia a dia e a venenosa praga da heresia e dos cismas aparece e pulula sempre mais. Assim deve acontecer no fim do mundo, como nos vaticina e nos avisa o Espírito Santo por meio do Apóstolo: “Nos últimos dias, diz ele, chegarão tempos difíceis e haverá homens que só buscam os próprios gostos, soberbos, arrogantes, avarentos, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, desalmados, sem afeição e sem respeito de compromisso, caluniadores, incontinentes, violentos, sem nenhum amor ao bem, traidores, atrevidos, estupidamente altivos, amando mais os prazeres que Deus, ostentando um verniz de religiosidade, mas conculcando todo valor religioso. Deles são os que se insinuam nas casas e conquistam mulherzinhas carregadas de pecados, que se deixam levar por várias volúpias e se mostram sempre curiosos de saber, mas nunca chegam ao conhecimento da verdade. E como Jamnes e Mambres fizeram resistência contra Moisés, assim estes resistem à verdade. Mas não serão bem sucedidos, porque a sua incapacidade será a todos manifesta, como aconteceu àqueles” (IITim III,1-9).

Tudo o que tinha sido preanunciado se está cumprindo e, enquanto se aproxima o fim do mundo, tudo se realiza nas pessoas e nos acontecimentos. O adversário está solto. Cada vez mais, o erro vai espalhando os seus enganos. A insensatez gera orgulho, arde a inveja, a cobiça chega até à cegueira, a impiedade deprava, a soberba incha, a discórdia exaspera, a ira enfurece.” (grifos não contém nos originais)

Continua a Santo:

“Evitai, pois, eu vo-lo peço, irmãos, esses homens e repeli, de vosso lado e de vossos ouvidos suas perniciosas conversas, como se repele um contágio mortífero. Está escrito: "Cerca os teus ouvidos com uma sebe de espinhos e não ouças a língua maldosa" (Eclo 28,24). E ainda: "As péssimas conversas corrompem até as pessoas de boa índole" (1Cor 15,33). O Senhor nos recomenda que evitemos essa gente. "São cegos, diz ele, e guias de cegos. Quando é um cego que conduz outro cego, caem juntos na fossa" (Mt 15,14).”

Convém estar longe e fugir de qualquer um que se separou da Igreja. É um transviado, um culpado, ele se condena por si próprio [Cf Ti 3,11]. Poderá pensar que está com Cristo aquele que está tramando contra os sacerdotes de Cristo e se separa da comunidade do seu clero e do seu povo? Ele levanta armas contra a Igreja e resiste às ordens de Deus. Adversário do altar, rebelde contra o Sacrifício de Cristo, traidor na fé, sacrílego na religião, servo intratável, filho ímpio, irmão inimigo, despreza os bispos e abandona os sacerdotes de Deus e ousa erguer um outro altar, pronunciar com voz ilícita uma outra prece, profanar, com falsos sacrifícios, a Hóstia do Senhor, e esquece que quem vai contra as ordens de Deus será punido com os divinos castigos pela sua atrevida audácia.

SOBRE O “NOVO CULTO” E OS CONFESSORES:

Todo católico que é ligado a Tradição conhece a Bula Quo Primum Tempore do Papa São Pio V que promulgou e definiu a Missa de Sempre, dogmatizando-a para todo o sempre. São Pio V na aludida Bula diz que:

“Da mesma forma decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por Nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força. [...] Queremos e, pela mesma autoridade, decretamos que, depois da publicação de Nossa presente Constituição e deste Missal, todos os padres sejam obrigados a cantar ou celebrar a Missa de acordo com ele: os que estão na Cúria Romana, após um mês; os que habitam aquém dos Alpes, dentro de três meses; e os que habitam além das montanhas, após seis meses ou assim que encontrem este Missal à venda. [...] Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato, preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição. Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo.” (grifos não contém nos originais)

São Cipriano, a respeito do Culto Cristão, nos assevera que:

“Assim Coré, Datã e Abirão receberam, sem demora, o castigo da sua presunção, porque, violando as ordens de Moisés e do sacerdote Aarão, pretenderam usurpar o direito de oferecer sacrifícios [Cf Num 16,31-35]. A terra perdeu a sua firmeza, fendeu-se numa profunda voragem, e o chão, assim aberto, os engoliu vivos e em pé. A justiça indignada de Deus não atingiu só os autores daquele gesto, mas também os outros duzentos e cinqüenta, seus companheiros, que foram cúmplices e solidários com eles. De repente saiu do Senhor um fogo punitivo e os consumiu. Isto deve valer como demonstração e sinal de que foi ofensa contra Deus tudo o que aqueles perversos tentaram, com suas vontades humanas, para frustrar as ordens do próprio Deus.” (grifos não contém nos originais)

Pois então, os autores do novo missal violaram as Leis da Igreja e incorreram nas penas previstas na Bula Quo Primum Tempore. Promulgaram um novo missal para a nova igreja, um novo culto, o culto do homem, o antropoteísmo disfarçado de Sacrifício Salvífico.

A respeito da nova Missa, diz Monsenhor Lefebvre:

“A nova missa conduz ao pecado contra a fé, e é um dos pecados mais graves, mais perigosos, porque é a perda da fé”. (Mons. Lefebvre, La messe de toujours, textos reunidos pelo Pe. Troadec, Clovis, 2005, págs. 396-397).

Contrariando séculos de Doutrina Católica e Liturgia, mudaram o Missal, fizeram outro catecismo para adaptar ao mundo moderno, fizeram um novo Código de Direito Canônico, revogaram o Santo Ofício, reformularam a Cúria, mudaram os Sacramentos, mudaram o Credo colocando expressões bonitinhas como “Mansão dos Mortos” invés de Infernos, mudaram a Oração Dominical, Padre-Nosso, mudaram a posição do padre e dos altares, enfim, pela Lex orandi, Lex credendi, mudaram a fé, inauguraram outra religião. Sobre estas mudanças, assevera Monsenhor Lefebvre:

“Nós não pertencemos a esta religião. Nós pertencemos a religião antiga, a religião Católica, não a esta religião universal como é chamada agora. Já não é a religião Católica...” (Sermão de 29 de Junho de 1976).

Ainda fazendo alusão ao malfadado Concílio diz o Santo:

“São esses os exemplos que seguem e imitam os que buscam doutrinas estranhas, introduzem ensinamentos de invenção humana e desprezam a divina tradição. A eles aplicam-se as repreensões e as censuras do Evangelho: “Rejeitais o mandamento de Deus para apegar-vos à vossa própria tradição (pagã)” (Mc 7,90).”

Por mais que sejam advertidos os aderentes ao último Concílio, não estão dispostos a deixar a nova religião inventada. A esse respeito, São Cipriano diz:

“Este crime é pior do que aquele que se pensa terem cometido os lapsos, ao menos se falarmos dos que estão arrependidos e rogam a Deus perdão do seu pecado, dispostos a dar completa satisfação. Os lapsos, com súplicas, procuram a Igreja, os cismáticos combatem-na. Os primeiros podem ter sido vítimas de alguma pressão, os segundos erram no pleno uso da sua liberdade. O lapso, pecando, se prejudicou unicamente a si mesmo, ao passo que aquele que tenta criar heresias e cismas engana a muitos, arrastando-os à sua seita. Lá há detrimento de uma só alma, aqui o perigo é de muitos. O lapso reconhece que certamente pecou, disto lamenta-se e chora, o cismático, cheio de orgulho no seu coração e comprazendo-se dos seus próprios erros, arranca os filhos à mãe, afasta, com aliciamentos, as ovelhas do Pastor, arrasa os divinos Sacramentos. O lapso pecou só uma vez, o outro continua pecando a cada dia. Por fim, o lapso, mais tarde, poderá enfrentar o martírio e conseguir as promessas do Reino, o cismático, ao contrário, se for morto enquanto está fora da Igreja, não alcançará os prêmios da Igreja.”

Aos confessores, São Cipriano manda uma advertência:

“É confessor? Por isto, mais do que nunca, deve permanecer fiel ao Evangelho do Senhor, ele que pelo Evangelho conseguiu esta honra. Diz o Senhor: “A quem muito é dado, muito será pedido e a quem é concedida maior dignidade, deste exigem-se maiores serviços” (São Lucas XII,48). Ninguém se deixe levar à perdição pelo mau exemplo de algum confessor. Ninguém aprenda, do seu modo de proceder, a injustiça, a arrogância ou a perfídia.”

Alguns trechos da Carta de São Cipriano, me faz lembrar dos baluartes da fé Católica, os Monsenhores de Castro Mayer e Lefebvre:

“Vemos também que chamou a Judas entre os Apóstolos, e este Judas, em seguida, traiu o Senhor. A fé e a perseverança dos Apóstolos não esmoreceram pelo fato que Judas traidor tinha pertencido ao seu grupo. Igualmente em nosso caso: a santidade e a dignidade dos confessores não ficam destruídas, se naufragou a fé em alguns deles. Lembrando-se de ter alcançado a graça e a benevolência de Deus na Igreja, não se afastam da paz da mesma Igreja. Nisto merecem mais amplo louvor pela sua fé, porque, desligando-se da perfídia daqueles que já foram seus companheiros na confissão, resistiram ao contágio do mal. Iluminados pela luz verdadeira do Evangelho, brilhando na pura e cândida claridade do Senhor, mostram-se tão dignos de encômio na conservação da paz de Cristo, quanto o foram no combate, quando se tornaram vencedores do demônio.” (não contém grifos nos originais)

APELO AOS QUE FORAM ENGANADOS:

Após dar várias advertências e conselhos, São Cipriano diz o que precisamos fazer:

“Se, todavia, este salutar conselho não consegue reconduzir ao caminho da salvação certos chefes de cismas e certos autores de dissensão, preferindo eles obstinar-se em sua cega demência, ao menos os demais, os que foram surpreendidos na sua simplicidade, ou se deixaram desviar por algum equívoco, ou foram enganados pelo ardil de uma astúcia dissimulada, ao menos vós sacudi os laços falaciosos, livrai dos erros os vossos passos extraviados, sabei reconhecer o caminho reto que conduz ao céu. Ouvi a voz do Apóstolo, que clama: “Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, nós vos mandamos, diz ele, que vos afasteis de todos os irmãos que andam desordenadamente e não segundo a tradição que receberam de nós” (2Tes 3,6). E de novo: “Ninguém vos engane com vãs palavras. Por causa disto veio a ira de Deus sobre os filhos da contumácia. Não estejais, pois, ao lado deles” (Efésios V,6-7). Deveis evitar os delinqüentes e até fugir deles, para que não aconteça que, juntando-se aos que trilham os caminhos do erro e do crime, alguém se desvie também da verdade e se torne culpado de igual delito.”

Já no ano de 249 desta Era, São Cipriano diz que as profecias já estão acontecendo. Se ele vivesse nos tempos atuais, não se sabe o quanto espantaria ao ver a corrupção da fé.

“Por isto o Senhor, falando destes nossos tempos, diz no Evangelho: "Quando vier o Filho do homem, pensas que encontrará fé na terra?" (Lc 18,8). Vemos que está acontecendo o que ele predisse. No que diz respeito ao temor de Deus, à lei da justiça, ao amor, às obras, não há mais fé. Ninguém se preocupa com as coisas que hão de vir, ninguém pensa no dia do Senhor, na ira de Deus, nos futuros suplícios dos incrédulos, nos eternos tormentos destinados aos pérfidos. Se crêssemos, a nossa consciência teria medo de tudo isto. Se não temos medo é sinal que não cremos. Quem acredita se acautela, quem se acautela se salva.”

CONCLUSÃO:

Conclui a sua Carta, o Santo:

“Despertemos, irmãos diletíssimos, quebremos o sono da inércia rotineira e, por quanto for possível, sejamos vigilantes em guardar e cumprir os preceitos do Senhor. Sejamos prontos, como ele seja, quando diz: “Estejam cingidos os vossos rins, e as lâmpadas acesas nas vossas mãos, e vós sede semelhantes a homens que esperam o seu dono, quando voltar das núpcias, para lhe abrirem logo que ele chegar e bater. Bem-aventurados os servos que o Senhor, chegando, encontrar vigilantes” (São Lucas XII,35-37). É necessário que estejamos cingidos, a fim de que, quando vier o dia da partida, não sejamos surpreendidos cheios de impedimentos e de embaraços. Fique sempre viva a nossa luz e brilhe em boas obras, para nos guiar da noite deste mundo aos esplendores da claridade eterna. Sempre solícitos e cautos, fiquemos à espera da chegada repentina do Senhor. Quando ele bater, encontre a nossa fé vigilante com uma tal vigilância que mereça receber o prêmio do mesmo Senhor.”

“Se forem observados esses mandamentos, se forem postas em prática essas exortações, não acontecerá que sejamos vencidos, no sono, pela falácia do demônio, mas, como servos bons e vigilantes, reinaremos com Cristo glorioso.”

Monsenhor Lefebvre observando a corrupção da fé que se deu ultimamente, afirma que:

“Uma vontade permanente de aniquilamento da Tradição é uma vontade suicida que autoriza, por si mesma, os católicos verdadeiros e fiéis a tomar todas as iniciativas necessárias à sobrevivência e à salvação das almas”. Dom Lefebvre, “Homilia em Ecône, 30 de junho de 1988, por ocasião das sagrações episcopais”, in Vu de haut nº 13 (outono 2006), p. 64.

Precisamos resistir a tudo que se opõe a verdadeira fé mesmo que a ordem ou o ensino tenha vindo diretamente do papa. A Doutrina ensina que:

“Se (o Papa) baixar uma ordem contrária aos bons costumes, não se há de obedecer-lhe; se tentar fazer algo manifestamente oposto à justiça e ao bem comum, será lícito resistir-lhe (…) (“De Fide”, dist. X, sect. VI, n° 16).

Em nome de uma falsa obediência muitos desprezam a fé recebida dos Apóstolos para ficar com o que é humano. Monsenhor Lefebvre, na sua Carta Pastoral “O golpe de mestre de Satanás” diz que:

“O Protestantismo arrancou meia Cristandade da Igreja. A Revolução Francesa e a democracia aniquilaram sua influência na esfera civil. Com o Concílio Vaticano II, chega finalmente ao seu coração. “Liberdade”, “igualdade” e “fraternidade”, ideal assumido pela Igreja sob a nova face de “liberdade religiosa”, “colegialidade” e “ecumenismo”. A jogada, envenenar o Corpo Místico de Cristo. O meio, que a autoridade eclesiástica hasteie e imponha os princípios da Revolução. O fim, a autodestruição da Igreja pela via da obediência.” (não contém grifos nos originais)

Muitos nos perguntam como fazer com o Bispo de Roma, que não se diz papa, Francisco. Damos a mesma resposta que Monsenhor Lefebvre no mesmo livro (Carta Pastoral), falando do Papa Paulo VI:

“Nossa conclusão, neste caso, é a seguinte: estamos com Paulo VI, sucessor de Pedro quando cumpre seu papel; negamo-nos a seguir ao Paulo VI sucessor de Lutero, de Rousseau, de Lamennais, etcétera.”

Se acontecerá de a Hierarquia voltar á Igreja Católica, não sabemos. Só Deus o sabe. As profecias precisam se cumprir. O Corpo Místico de Cristo aparecerá ainda glorioso, como foi com o Seu Santíssimo Corpo físico, entretanto, antes de aparecer glorioso, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos...