sábado, 30 de agosto de 2014

Vídeo e transcrição do sermão do Pe. Ernesto Cardozo na Missa de São Bernardo, em Betim/MG

Prezados amigos,

Salve Maria!

Abaixo segue o vídeo e a transcrição em português do sermão dado pelo Pe. Ernesto Cardozo na Missa de São Bernardo, Doutor da Igreja, dia 20 de agosto de 2.014, em Betim/MG, onde o padre tratará dos seguintes temas: Revolução Francesa e os padre juramentados, da Revolução Conciliar e os "novos padres juramentados", Campos/RJ, IBP, Fraternidade São Pedro e Fraternidade São Pio X, Una Voce, Missa de Primeira Comunhão do Cura d'Ars, admoestações sobre a permanência firme na Tradição Católica e 100 anos da morte do Papa São Pio X.

Nesta Santa Missa também, onde houveram as consagrações do povo fiel ao Imaculado Coração de Maria, o menino Arlindo tomou a sua primeira Comunhão. Vejam as fotos aqui.

Depois de ouvir este sermão, não haverá mais desculpas para os neo-conservadores e para os que ficam "encima do muro". Deus os acusará no Último Dia se persistirem nestes erros.

Veja e escute o vídeo:






“[...] Vamos celebrar esta Santa Missa, em desagravo ao Imaculado Coração de Maria e também como preparação para a consagração que faremos todos juntos, para que o Imaculado Coração de Maria seja a guarda da nossa fé. E também em desagravo à memória do Papa São Pio X que hoje se completa 100 anos da sua morte. E em Treviso, na Itália, um dos povos onde São Pio X trabalhou como sacerdote, para festejar os 100 anos, não tiveram outra ideia que convidar em uma paróquia todas as pessoas mal casadas, e aos que voltaram a se casar e recasar, para acolher estas pessoas e preparar o Sínodo do mês de outubro, onde se vão, evidentemente, permitir os Sacramentos às pessoas que estejam nestas condições de pecado público. E, também, para pedir pela fé e o progresso espiritual do Arlindo que vai tomar a sua primeira comunhão e de sua família.

Estava lembrando que Arlindo vai tomar a sua primeira comunhão em situação bastante semelhante a que tomou – que foi depois São João Maria Vianney, conhecido mais como o Cura de Ars – E porque? Qual semelhança há? São João Maria Vianney não tomou a sua primeira comunhão em uma Igreja, e sim numa casa particular. E porque? Porque estava na época da Revolução Francesa e os revolucionários exigiam que os sacerdotes a jurar a Constituição Civil do Clero. Este juramento à Constituição era uma grave violação à liberdade da Igreja. E os que a juravam tinham, claro, privilégios. Ou seja, podiam, estes padres, ter suas igrejas, ter um salário por parte do Governo Revolucionário, enfim, podiam continuar a fazendo a sua vida, seus trabalhos de padres, sem, é claro, criticar a Revolução, sem criticar todas as barbaridades dos “direitos dos homens” e outras coisas que impuseram a Revolução Francesa. Bem, e os pais e muitos bons católicos daquela época tinham duas opções: Ou assistiam as missas dos padres juramentados, ou assistir as Missas em casas de famílias, em sítios, enfim, lugares assim, não precisamente muito formalmente católicos, porque ai davam às escondidas as Missas os sacerdotes que continuavam fiéis à Igreja. Então, creio que há um paralelismo interessante na situação de São João Maria Vianney e na que vive o Arlindo. Porque hoje em dia há também juramentados. E lhe perguntaram aos pais de São João Maria Vianney onde ia tomar a primeira comunhão, seu filho, e os pais de São João Maria disseram: “Nós vamos ir à Missa celebrada por um sacerdote fiel à Igreja e não com um sacerdote juramentado, porque não podemos trair a Igreja”. Essa foi a resposta. Não podiam trair a Igreja. Porque ser padre juramentado, que está submetido ao Governo da Revolução era estar indo contra a Igreja Católica. E hoje em dia, os juramentados não estão somente em um país. Naquele momento era só na França, hoje estão em todo o mundo. E juramentados a que? Juramentados à revolução dentro da Igreja, juramentados a combater a ortodoxia da Tradição da Igreja, e isso apoiado pela mesma hierarquia desta Igreja. Esta Igreja que vai cada vez desvairando mais, que sustenta, dentre outras coisas, as barbaridades do Concílio Vaticano II, e ai onde se começa a grande revolução dentro da mesma Igreja. Quando os sacerdotes aceitam o Concílio Vaticano II, aceitam a Liberdade Religiosa, aceitam o Ecumenismo, aceitam que a Religião Católica é mais uma dentre tantas, e que qualquer outra religião serve-se para se salvar. Ai entra a Revolução. Ai são iguais ou piores que os sacerdotes juramentados da época da Revolução Francesa. E os sacerdotes que devemos manter a fidelidade á Igreja de Sempre, temos de celebrar Missas em galerias, garagens, em casas de família, etc., porque não há lugar para Cristo nas igrejas hoje!

As situações são muito semelhantes. Mas há um detalhe que eu queria frisar: Na época de São João Maria Vianney não tinha Missas Novas. Era a Missa Tridentina. Era esta Missa. Acontece que os padres juramentados a davam em igrejas bonitas, góticas, românicas, bonitas igrejas... Ainda não havia acontecido a revolução litúrgica destruindo os altares e qualquer um que entrava e não sabia do contexto histórico desta situação, qualquer um que entrava em uma igreja via uma situação normal. Um padre de costas celebrando missa em latim, etc. Bem, mas ainda assim, os pais de São João Maria Vianney diziam: “não podemos assistir as missas destes sacerdotes, porque, senão, seríamos infiéis à Igreja. Senão, seríamos infiéis à Igreja com letras maiúsculas, à Igreja Católica.” Porque a verdade é pura. A verdade não se mistura com o erro. E hoje, dentro da Revolução que temos dentro da Igreja, há uma situação também pouco de grande quantidade de mistura.

Eu contava, na vez passada, tem uma frase de Santo Agostinho que precisamos gravar bem na cabeça. Santo Agostinho dizia: “A verdade, necessariamente, gera o ódio do erro”. Repito: “A verdade, necessariamente, gera o ódio do erro”. A verdade choca de frente com o erro. O erro pode tolerar mais ou menos porcentagem de verdade, mas não pode tolerar a Verdade pura. Isso nunca!

Direi, por exemplo, aqui em Belo Horizonte(MG), além de ter os padres da FSSPX que, estão cada vez mais liberais, os padres de Campos, agora também tem vindo uma vez ao mês os padres do IBP (Instituto do Bom Pastor). E quem são estas pessoas? São pessoas muito prolijas. Celebram a mesma missa tridentina que damos aqui, muito prolijitas, mas são juramentados. Mas aceitam o Concílio Vaticano II, aceitam a validade da Missa Nova, aceitam a legitimidade da Missa Nova, etc. Então, esta é uma estratégia muito gramsciana de levar, de capturar as pessoas boas, aos fiéis que ainda conservam a fé católica e dizer: Bom, em tal lugar há uma missa séria, tem uma missa bonita, cantam em gregoriano e tudo, mas reitero, são padres juramentados. Juramentados no sentido de que continuam com o erro modernista. Não fazem guerra contra o erro modernista. Ai alguém talvez pensará: “Na FSSPX ainda não”. Como que ainda não? Leiam um artigo muito interessante que saiu há alguns dias num blog da Resistência, Non Possumus [veja aqui, e aqui]: A Fraternidade já trabalha em conjunto com um grupo chamado Una Voce. O que é a Una Voce? Una Voce é um grupo de pessoas que nasce na Itália. Acredito que tenha sido fundada por um aristocrata italiano que trabalha por ter a Missa Tridentina, bem celebrada, com bons cantos, sem bagunça e lutaram sempre pedindo a Missa Tridentina. E o que tem de mal nisso? O problema é que estas pessoas só ficam com a estética da Missa. A Missa Tridentina, porque é bem celebrada, não gostam de música bagunceira, desordenada, mas não passam nada da Doutrina. Eles não se metem contra o Concílio Vaticano II, nem contra as más autoridades que possam impor esta porcaria do Concílio Vaticano II. Então eles guardam boas relações com o seu bispo, com a Cúria Romana, etc. Quando ainda estava na FSSPX, me lembro que não se podia trabalhar com a Una Voce. Por quê? Porque era ficar com a metade do caminho do combate. Era ficar só pela Missa e não pela Doutrina, pelos princípios doutrinais católicos que devemos sustentar cada um de nós. A Missa é importante! Sim! Mas o problema está na Doutrina. Os padres juramentados da Revolução Francesa celebravam Missas Tridentinas, bem celebrada, mas estavam liquidados com os princípios da Revolução na cabeça. Então, não é somente o problema da Missa – lembrem-se queridos fiéis – é problema de Doutrina. E é esta Doutrina que nos sustentam nossa fidelidade à Santa Missa. Então, nós devemos nos afastar destes “novos juramentados”, destes novos senhores que celebram missas "prolijitas", mas já são liberais, já aceitam tudo! Lembrem-se que neste combate pela Verdade não podemos trabalhar com as armas do erro. Não podemos combater o erro com outro erro. Por exemplo, me faz graça, porque leio artigos de padres mais ou menos conservadores que citam o catecismo moderno. Este padre ainda não acordou para o que está passando. Como vai defender qualquer ponto da Doutrina Católica baseando-se no catecismo moderno, se o catecismo moderno trás heresias formais? Como por exemplo: O catecismo moderno permite ao padre dar os sacramentos a um herege! Sim, senhor, por exemplo, dentre outras coisas.

Outros dias via um link de uma Missa, não sei de qual cidade dos Estados Unidos, uma abadia preciosa, um altar gótico, magnífico, saem os padres muito prolijitos, uma missa de defuntos solene, magnífico, um coro de freiras cantando no coro, magnífico, e um título abaixo que dizia: “Sacerdote da Fraternidade São Pedro, abadia de não onde, celebrando no rito extraordinário”. Como rito extraordinárioOu seja, o Rito Católico passou a ser o rito extraordinárioEssa é uma terminologia totalmente modernista! Totalmente! Do que me vale celebrar uma missa prolijita, com diáconos, subdiáconos, freiras que te cantam em gregoriano, se depois não vai poder pregar de que estamos até aqui de modernismo, de que o bispo é um traidor modernista, de que os que estão acima são traidores modernistas? Eu não poderia, por exemplo, estar pregando nesta abadia bonita, preciosa, etc. e dizer, por exemplo, ou fazer comentário do que disse Francisco outro dia, que disse que não era preciso acreditar em Deus para salvar-se! Vão escutar isso de algum padre do IBP, de sacerdote que celebre Missa na Una Voce? Ou n Fraternidade São Pedro ou na Fraternidade que segue a Fellay? Não! Não! Porque tem que ser prudente... Não há que bater de frente... Tem que contornar... [irônico]. Sabe o que é isso? Isso é ser traidor! Isso é ser covarde! Isso é não ter fé! Eu não tenho que aliar-me ao Demônio para fazer com que Cristo reine. Se Cristo demora o Seu reinado ou dissimula o Seu reinado, Ele sabe o porque, mas eu não posso me aliar ao demônio para... Enquanto dão a Missa Tridentina, que me deixe na abadia bonita [irônico], não poder dizer as barbaridades que se cometem. Não poder dizer que é inconcebível que um Papa Francisco diga que Deus não é Católico, por exemplo, ou que recomenda as leituras dos livros do Cardeal Kasper, que é um herege absoluto, que não acredita na ressurreição de Cristo, dentre outras barbaridades. Então, a Verdade é uma só e não tem que haver composição entre Verdade e erro para que triunfe a Verdade. Não! Deus não precisa do Demônio para triunfar. Isso é um absurdo!  Esta é uma concepção totalmente humana de uma fé – de uma fé com minúsculas – De uma fé que desde há muito tempo deixou de ser uma fé sobrenatural.

Então, queridos fiéis, hoje voltamos à Missa de São Bernardo, Doutor da Igreja, onde lemos o Apóstolo diz: pregar oportuna e inoportunamente, porque virão tempos em que não suportarão a Sã doutrina. Não suportam a Sã Doutrina. Quando vejo enlouquecida de contente com este Francisco... coitado deste homem! Eu não quero estar nos seus sapatos no dia do Juízo Final. As barbaridades que disse contra a Fé. Agitando bandeiras gays, abraçando todo judeu e muçulmano que passa... Da vez passada, com a matança dos católicos na Síria. Hoje há mártires católicos na Síria! E dizer que: “Bom, não queria aprofundar neste tema para não desgostar aos outros...”. Claro, sem dúvida que se um católico falar como São Pio X os muçulmanos estariam furiosos, mas... Enquanto se faz ecumenismo com os muçulmanos e os judeus que fazem genocídios com os palestinos: Já veremos, porque ele também é amigo dos judeus. Tem que arranjar, isso é uma questão de diplomacia... uma questão de ser amigo de todo mundo... não se pode dizer... “Ai do mundo, filhos meus, se o mundo os ama sois odiados por Deus”. Está escrito! Não podemos ser diplomáticos! Não podemos ocultar a Verdade ou transigir com erros para ter mais gente, para ter capela, não podemos! Non possumus! A Verdade não se negocia.

Então queridos fiéis, porque vamos rezar a Consagração ao imaculado Coração de Maria? Precisamente para que a Virgem nos guarde e guarde esta pequena grei, esta Missão Sagrada Família, para que nos guardem na fé Católica, para que não nos faça seguidores de sacerdotes perjúrios. Padre, como diz isso, sacerdotes perjúrios? Sim! Sim! Pelo menos os sacerdotes ordenados antes de 1966, todos fizeram Juramento anti-modernista! Sim senhora! Todos fizeram Juramento anti-modernista que se tem esquecido. Então, a ser fiéis, a pedir a Virgem a graça da fidelidade, a fidelidade, inclusive, até a morte, se for preciso e, creio, para isso, pedir incessantemente à Mediadora de todas as graças, a Santíssima Virgem, para conseguir esta fidelidade, sobretudo quando vemos que os mesmos sacerdotes da Tradição agora traem e se juntam com os liberais da Una Voce IBP, e o que for.

Bem, pedimos, então, nessa Missa, ao Imaculado Coração por estas graças, pedimos pelo querido Arlindo e sua família e ofereçamos a comunhão em desagravo ao Imaculado Coração de Maria e em desagravo também  à memória do querido Papa São Pio X que foi um grande lutador contra o modernismo. Ave Maria Puríssima!”