Excertos de "Florilégio
de textos de Monsenhor Lefebvre." – Pelos Dominicanos de Avrillé
Florilégio
de textos de Monsenhor Lefebvre
OS
FUNDAMENTOS DE NOSSA POSIÇÃO
Tradução: Rafael Horta
13
de junho
- Monsenhor Lefebvre: sejam
agradecidos da parte da Fraternidade.
No fundo, Roma não responde nunca à
questão essencial. Eles nos pedem uma declaração, eles nos obrigam a aderir a
um mínimo disto que eles pensam, mas nunca está em questão o fundo liberal e
modernista. Ao passo que eu, constantemente lhes relembro se seu modernismo.
*
(Sobre
o carta de 2 de junho) [9]:
As
conversas, embora bem educadas, nos convenceram que o momento para um acordo
ainda não veio. Nós precisamos de uma proteção contra o espírito de Assis. Nós
não temos nunca resposta a nossas objeções, nunca! Todas as brigas não serviram de nada. Nós
perseguimos, eles e nós, dois objetivos diferentes nestas conversas. Nós
esperamos que a Tradição volte a Roma; mas eles não se movem nunca.
A
resposta do Santo Padre a minha carta diz isso (em substancia): “Preocupado
pela unidade, eu quis ter essas conversas. Em 5 de maio (data da assinatura do
protocolo) permitiria a Fraternidade de continuar na Igreja, segundo os 21
concílios, compreendido o Concílio Vaticano II.
Eu
dei uma resposta oral. Nenhuma resposta de Roma até o momento.
*
Um
de nossos padres da Fraternidade me propôs de fazer uma carta de perdão. Mas
respondi que diante de Deus, nós é que deveríamos pedir que eles fizessem o
juramento anti-modernista e de aceitar a Lamentabili e a Quanta Cura. Nós é que
devemos questionar sobre a fé. Mas eles não respondem. Eles não fazem nada além
de confirmar seus erros.
Em
12 de junho, M. Saventhem me disse: “Sois vós que levareis a responsabilidade.”
Eu lhe respondi: “Vede a carta do padre C. sobre a Mater Ecclesia. O padre
escreveu: ‘Eu lamento tudo’. Há igualmente sua carta de súplica ao cardeal
Ratzinger. Ele enviou várias cartas ao cardeal e não teve nenhuma resposta!
Durante dois anos, eles riam destes jovens que foram obrigados a se alinhar.”
Garrone,
Innocenti, Ratzinger: é o mesmo espírito para conosco. Fontgombault,
Port-Marly, sempre a mesma coisa. O bispo local tem a razão e a Tradição é a culpada.
*
Seventhem
disse que são pequenos detalhes! Mas há muitas consequências atrás dos pequenos
detalhes. Eles desejam levar nossas obras para o espírito conciliar. Se
tivéssemos aceitado estaríamos mortos! Não teríamos durado um ano.
Seria
preciso viver em contato com os conciliares, ao passo que atualmente nós
estamos juntos. Si tivéssemos dito sim teríamos uma divisão no seio da
Fraternidade; tudo nos teria dividido.
Novas
vocações viriam porque estaríamos com Roma, nos dizem. Mas estas vocações não suportariam
nenhuma distancia de Roma, nenhuma crítica: isto seria a divisão! Atualmente,
as vocações se classificam elas mesmas.
Vejais:
Monsenhor Decourtray oferece ao padre Laffargue uma paróquia tradicional, sob
condição de deixar a Fraternidade... Eles roubam os fiéis, eles nos levariam ao
concílio...
É
por isso que salvamos a Fraternidade e a Tradição nos afastando prudentemente.
Fizemos uma tentativa leal; nós nos perguntamos se poderíamos continuar com tal
tentativa e estando protegidos: isso seria impossível. Eles não mudaram, senão
para pior. Um exemplo: as relações de Monsenhor Casaroli com Moscou...
Nossos
fiéis estarão loucos de alegria. Eles dirão: ‘a Tradição continua’. Isto seria
‘ouf’ à 90%.
Não
teríamos bispo para o dia 15 de agosto. Monsenhor Schwery disse a televisão e a
rádio que o Vaticano tinha recusado nossos candidatos. Se fosse Dom Gerard, o
padre Pozzetto, o padre Laffargue, eles aceitariam, mas não nossos candidatos.
Então, eles teriam adiado indefinidamente...
Em
tudo isso Monsenhor Seventhem raciocina como se fosse um deles.
*
Vosso
papel, sendo bispos, será o de dar os sacramentos e de assegurar a pregação da
fé.
Vos
estareis ao serviço da Fraternidade. Roma tratou comigo a causa da Fraternidade
que é um orgão válido. Tende uma grande união entre vós para dar mais força a
Tradição. E estará a cargo do Superior Geral de tomar as decisões. Atenção para
com as ordenações sob condição : quase todos aqueles que estão neste caso
nos abandonam. E preciso antes re-confirmar que re-ordenar.
*
O
mesmo padre me fez saber que no l’Obsservatore Romano, Roma disse que haverá
uma declaração de excomunhão.
Eu
respondi ainda que consagrar bispos não é em si cismático. A excomunhão não
figuraria no antigo Código. Foi somente depois de Pio XII que a consagração dos
bispos patrióticos chineses isso foi declarado cismático.
Em
Roma eles estão muito nervosos. Saventhem me deu o número de fax do cardeal
Ratzinger.
Eles
têm AIDS espiritual. Eles não têm mais a graça. Eles não têm mais sistema de
defesa. EU NÃO CREIO QUE SE POSSA DIZER QUE ROMA NÃO PERDEU A FÉ.
As
sanções de inconveniência diminuirão com o tempo. O povo simples compreendera,
é o clero que reagirá...
As
testemunhas da fé, os mártires, tem sempre a escolher entre a fé e a
autoridade. Nós vivemos o processo de Joana d’Arc; mas em nosso caso, isso não
acontece de uma vez só, é durante 20 anos.
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[9] —
Se trata da carta pela qual Monsenhor Lefebvre abre ao papa sua
consciencia ; ele não poderia prolongar as negociações com base na
deslealdade de Roma e por que o objetivo da reconciliação esperada « não é
para a Santa Sé o mesmo que é para nós. »
Leia: "Os fundamentos da nossa posição I" aqui.