Prezados amigos,
Salve Maria!
Abaixo segue o vídeo e a transcrição em português do sermão dado pelo Pe. Ernesto Cardozo na Missa de São Bernardo, Doutor da Igreja, dia 20 de agosto de 2.014, em Betim/MG, onde o padre tratará dos seguintes temas: Revolução
Francesa e os padre juramentados, da Revolução Conciliar e os "novos
padres juramentados", Campos/RJ, IBP, Fraternidade São Pedro e
Fraternidade São Pio X, Una Voce, Missa de Primeira Comunhão do Cura d'Ars, admoestações
sobre a permanência firme na Tradição Católica e 100 anos da morte do Papa São
Pio X.
Nesta Santa Missa também, onde houveram as consagrações do povo fiel ao Imaculado Coração de Maria, o menino Arlindo tomou a sua primeira Comunhão. Vejam as fotos aqui.
Depois de ouvir este sermão, não haverá mais desculpas para os neo-conservadores e para os que ficam "encima do muro". Deus os acusará no Último Dia se persistirem nestes erros.
“[...] Vamos celebrar esta Santa Missa, em desagravo ao Imaculado Coração de Maria e também como preparação para a consagração que faremos todos juntos, para que o Imaculado Coração de Maria seja a guarda da nossa fé. E também em desagravo à memória do Papa São Pio X que hoje se completa 100 anos da sua morte. E em Treviso, na Itália, um dos povos onde São Pio X trabalhou como sacerdote, para festejar os 100 anos, não tiveram outra ideia que convidar em uma paróquia todas as pessoas mal casadas, e aos que voltaram a se casar e recasar, para acolher estas pessoas e preparar o Sínodo do mês de outubro, onde se vão, evidentemente, permitir os Sacramentos às pessoas que estejam nestas condições de pecado público. E, também, para pedir pela fé e o progresso espiritual do Arlindo que vai tomar a sua primeira comunhão e de sua família.
Estava
lembrando que Arlindo vai tomar a sua primeira comunhão em situação bastante
semelhante a que tomou – que foi depois São João Maria Vianney, conhecido mais
como o Cura de Ars – E porque? Qual semelhança há? São João Maria Vianney não
tomou a sua primeira comunhão em uma Igreja, e sim numa casa particular. E
porque? Porque estava na época da Revolução Francesa e os revolucionários
exigiam que os sacerdotes a jurar a Constituição Civil do Clero. Este juramento
à Constituição era uma grave violação à liberdade da Igreja. E os que a juravam
tinham, claro, privilégios. Ou seja, podiam, estes padres, ter suas igrejas,
ter um salário por parte do Governo Revolucionário, enfim, podiam continuar a
fazendo a sua vida, seus trabalhos de padres, sem, é claro, criticar a
Revolução, sem criticar todas as barbaridades dos “direitos dos homens” e
outras coisas que impuseram a Revolução Francesa. Bem, e os pais e muitos bons
católicos daquela época tinham duas opções: Ou assistiam as missas dos padres
juramentados, ou assistir as Missas em casas de famílias, em sítios, enfim,
lugares assim, não precisamente muito formalmente católicos, porque ai davam às
escondidas as Missas os sacerdotes que continuavam fiéis à Igreja. Então, creio
que há um paralelismo interessante na situação de São João Maria Vianney e na
que vive o Arlindo. Porque hoje em dia há também juramentados. E lhe perguntaram
aos pais de São João Maria Vianney onde ia tomar a primeira comunhão, seu filho,
e os pais de São João Maria disseram: “Nós vamos ir à Missa celebrada por um
sacerdote fiel à Igreja e não com um sacerdote juramentado, porque não podemos
trair a Igreja”. Essa foi a resposta. Não podiam trair a Igreja. Porque ser
padre juramentado, que está submetido ao Governo da Revolução era estar indo
contra a Igreja Católica. E hoje em dia, os juramentados não estão somente em
um país. Naquele momento era só na França, hoje estão em todo o mundo. E
juramentados a que? Juramentados à revolução dentro da Igreja, juramentados a
combater a ortodoxia da Tradição da Igreja, e isso apoiado pela mesma hierarquia
desta Igreja. Esta Igreja que vai cada vez desvairando mais, que sustenta,
dentre outras coisas, as barbaridades do Concílio Vaticano II, e ai onde se
começa a grande revolução dentro da mesma Igreja. Quando os sacerdotes aceitam o
Concílio Vaticano II, aceitam a Liberdade Religiosa, aceitam o Ecumenismo,
aceitam que a Religião Católica é mais uma dentre tantas, e que qualquer outra
religião serve-se para se salvar. Ai entra a Revolução. Ai são iguais ou piores
que os sacerdotes juramentados da época da Revolução Francesa. E os sacerdotes
que devemos manter a fidelidade á Igreja de Sempre, temos de celebrar Missas em
galerias, garagens, em casas de família, etc., porque não há lugar para Cristo nas igrejas hoje!
As
situações são muito semelhantes. Mas há um detalhe que eu queria frisar: Na
época de São João Maria Vianney não tinha Missas Novas. Era a Missa Tridentina.
Era esta Missa. Acontece que os padres juramentados a davam em igrejas bonitas,
góticas, românicas, bonitas igrejas... Ainda não havia acontecido a revolução
litúrgica destruindo os altares e qualquer um que entrava e não sabia do
contexto histórico desta situação, qualquer um que entrava em uma igreja via
uma situação normal. Um padre de costas celebrando missa em latim, etc. Bem,
mas ainda assim, os pais de São João Maria Vianney diziam: “não podemos
assistir as missas destes sacerdotes, porque, senão, seríamos infiéis à Igreja.
Senão, seríamos infiéis à Igreja com letras maiúsculas, à Igreja Católica.”
Porque a verdade é pura. A verdade não se mistura com o erro. E hoje, dentro da
Revolução que temos dentro da Igreja, há uma situação também pouco de grande
quantidade de mistura.
Eu
contava, na vez passada, tem uma frase de Santo Agostinho que precisamos gravar
bem na cabeça. Santo Agostinho dizia: “A verdade, necessariamente, gera o ódio
do erro”. Repito: “A verdade, necessariamente, gera o ódio do erro”. A verdade
choca de frente com o erro. O erro pode tolerar mais ou menos porcentagem de
verdade, mas não pode tolerar a Verdade pura. Isso nunca!
Direi,
por exemplo, aqui em Belo Horizonte(MG), além de ter os padres da FSSPX que, estão
cada vez mais liberais, os padres de Campos, agora também tem vindo uma vez ao mês
os padres do IBP (Instituto do Bom Pastor). E quem são estas pessoas? São pessoas
muito prolijas. Celebram a mesma missa tridentina que damos aqui, muito
prolijitas, mas são juramentados. Mas aceitam o Concílio Vaticano II, aceitam
a validade da Missa Nova, aceitam a legitimidade da Missa Nova, etc. Então,
esta é uma estratégia muito gramsciana de levar, de capturar as pessoas boas, aos fiéis que ainda conservam a fé
católica e dizer: Bom, em tal lugar há uma missa séria, tem uma missa bonita,
cantam em gregoriano e tudo, mas reitero, são padres juramentados. Juramentados
no sentido de que continuam com o erro modernista. Não fazem guerra contra o
erro modernista. Ai alguém talvez pensará: “Na FSSPX ainda não”. Como que ainda
não? Leiam um artigo muito interessante que saiu há alguns dias num blog da
Resistência, Non Possumus [veja aqui,
e aqui]:
A Fraternidade já trabalha em conjunto com um grupo chamado Una Voce. O que é a Una Voce? Una Voce é um
grupo de pessoas que nasce na Itália. Acredito que tenha sido fundada por um
aristocrata italiano que trabalha por ter a Missa Tridentina, bem celebrada, com
bons cantos, sem bagunça e lutaram sempre pedindo a Missa Tridentina. E o que
tem de mal nisso? O problema é que estas pessoas só ficam com a estética da
Missa. A Missa Tridentina, porque é bem celebrada, não gostam de música
bagunceira, desordenada, mas não passam nada da Doutrina. Eles não se metem
contra o Concílio Vaticano II, nem contra as más autoridades que possam impor
esta porcaria do Concílio Vaticano II. Então eles guardam boas relações com o
seu bispo, com a Cúria Romana, etc. Quando ainda estava na FSSPX, me lembro que
não se podia trabalhar com a Una Voce.
Por quê? Porque era ficar com a metade do caminho do combate. Era ficar só pela
Missa e não pela Doutrina, pelos princípios doutrinais católicos que devemos
sustentar cada um de nós. A Missa é importante! Sim! Mas o problema está na
Doutrina. Os padres juramentados da Revolução Francesa celebravam Missas
Tridentinas, bem celebrada, mas estavam liquidados com os princípios da
Revolução na cabeça. Então, não é somente o problema da Missa – lembrem-se
queridos fiéis – é problema de Doutrina. E é esta Doutrina que nos sustentam
nossa fidelidade à Santa Missa. Então, nós devemos nos afastar destes “novos
juramentados”, destes novos senhores que celebram missas "prolijitas", mas já são liberais, já aceitam tudo! Lembrem-se que
neste combate pela Verdade não podemos trabalhar com as armas do erro. Não podemos
combater o erro com outro erro. Por exemplo, me faz graça, porque leio artigos
de padres mais ou menos conservadores que citam o catecismo moderno. Este padre
ainda não acordou para o que está passando. Como vai defender qualquer ponto da
Doutrina Católica baseando-se no catecismo moderno, se o catecismo moderno trás
heresias formais? Como por exemplo: O catecismo moderno permite ao padre dar os
sacramentos a um herege! Sim, senhor, por exemplo, dentre outras coisas.
Outros
dias via um link de uma Missa, não sei de qual cidade dos Estados Unidos, uma
abadia preciosa, um altar gótico, magnífico, saem os padres muito prolijitos, uma missa de defuntos
solene, magnífico, um coro de freiras cantando no coro, magnífico, e um título
abaixo que dizia: “Sacerdote da Fraternidade São Pedro, abadia de não onde,
celebrando no rito extraordinário”.
Como rito extraordinário? Ou seja, o
Rito Católico passou a ser o rito extraordinário! Essa é uma terminologia totalmente modernista! Totalmente!
Do que me vale celebrar uma missa prolijita,
com diáconos, subdiáconos, freiras que te cantam em gregoriano, se depois não
vai poder pregar de que estamos até aqui de modernismo, de que o bispo é um
traidor modernista, de que os que estão acima são traidores modernistas? Eu não
poderia, por exemplo, estar pregando nesta abadia bonita, preciosa, etc. e
dizer, por exemplo, ou fazer comentário do que disse Francisco outro dia, que
disse que não era preciso acreditar em Deus para salvar-se! Vão escutar isso de
algum padre do IBP, de sacerdote que celebre Missa na Una Voce? Ou n
Fraternidade São Pedro ou na Fraternidade que segue a Fellay? Não! Não! Porque tem que ser prudente... Não há que bater de frente... Tem que contornar... [irônico]. Sabe o
que é isso? Isso é ser traidor! Isso
é ser covarde! Isso é não ter fé! Eu não tenho que aliar-me ao Demônio para fazer
com que Cristo reine. Se Cristo demora o Seu reinado ou dissimula o Seu
reinado, Ele sabe o porque, mas eu não posso me aliar ao demônio para... Enquanto dão a Missa Tridentina, que me deixe na abadia bonita [irônico], não poder dizer as barbaridades que se
cometem. Não poder dizer que é inconcebível que um Papa Francisco diga que Deus não é Católico, por exemplo, ou que
recomenda as leituras dos livros do Cardeal Kasper, que é um herege absoluto,
que não acredita na ressurreição de Cristo, dentre outras barbaridades. Então,
a Verdade é uma só e não tem que haver composição entre Verdade e erro para que
triunfe a Verdade. Não! Deus não precisa do Demônio para triunfar. Isso é um
absurdo! Esta é uma concepção totalmente
humana de uma fé – de uma fé com minúsculas – De uma fé que desde há muito
tempo deixou de ser uma fé sobrenatural.
Então,
queridos fiéis, hoje voltamos à Missa de São Bernardo, Doutor da Igreja, onde
lemos o Apóstolo diz: pregar oportuna e
inoportunamente, porque virão tempos em que não suportarão a Sã doutrina.
Não suportam a Sã Doutrina. Quando vejo enlouquecida de contente com este
Francisco... coitado deste homem! Eu não quero estar nos seus sapatos no dia do
Juízo Final. As barbaridades que disse contra a Fé. Agitando bandeiras gays, abraçando
todo judeu e muçulmano que passa... Da vez passada, com a matança dos católicos
na Síria. Hoje há mártires católicos na Síria! E dizer que: “Bom, não queria
aprofundar neste tema para não desgostar aos outros...”. Claro, sem dúvida que
se um católico falar como São Pio X os muçulmanos estariam furiosos, mas...
Enquanto se faz ecumenismo com os muçulmanos e os judeus que fazem genocídios
com os palestinos: Já veremos, porque ele também é amigo dos judeus. Tem que
arranjar, isso é uma questão de diplomacia... uma questão de ser amigo de todo
mundo... não se pode dizer... “Ai do mundo, filhos meus, se o mundo os ama sois
odiados por Deus”. Está escrito! Não podemos ser diplomáticos! Não podemos
ocultar a Verdade ou transigir com erros para ter mais gente, para ter capela,
não podemos! Non possumus! A Verdade
não se negocia.
Então
queridos fiéis, porque vamos rezar a Consagração ao imaculado Coração de Maria?
Precisamente para que a Virgem nos guarde e guarde esta pequena grei, esta
Missão Sagrada Família, para que nos guardem na fé Católica, para que não nos
faça seguidores de sacerdotes perjúrios. Padre, como diz isso, sacerdotes perjúrios?
Sim! Sim! Pelo menos os sacerdotes ordenados antes de 1966, todos fizeram Juramento
anti-modernista! Sim senhora! Todos fizeram Juramento anti-modernista que
se tem esquecido. Então, a ser fiéis, a pedir a Virgem a graça da fidelidade, a
fidelidade, inclusive, até a morte, se for preciso e, creio, para isso, pedir incessantemente
à Mediadora de todas as graças, a Santíssima Virgem, para conseguir esta
fidelidade, sobretudo quando vemos que os mesmos sacerdotes da Tradição agora
traem e se juntam com os liberais da Una Voce, IBP, e o que for.
Bem,
pedimos, então, nessa Missa, ao Imaculado Coração por estas graças, pedimos
pelo querido Arlindo e sua família e ofereçamos a comunhão em desagravo ao
Imaculado Coração de Maria e em desagravo também à memória do querido Papa São Pio X que foi
um grande lutador contra o modernismo. Ave Maria Puríssima!”