“Dialogar com o erro é
colocar Deus e o demônio no mesmo plano.”
Dom Marcel Lefebvre – Carta aberta
aos católicos perplexos.
Prezados amigos,
Salve Maria!
É com algum espanto que notamos um
“alvoroço” no mundo “católico” sobretudo aos que se dizem tradicionais em
virtude da divulgação de um documento batizado como “Correctio filialis e haeresibus propagagatis” onde os signatários
... afirma[m] que o Papa, através de sua Exortação
apostólica Amoris
laetitia, bem como
de outras palavras, atos e omissões a ela relacionados, manteve sete posições
heréticas referentes ao casamento, à vida moral e à recepção dos sacramentos,
resultando na difusão das mesmas no interior da Igreja Católica. Essas sete heresias são expostas pelos signatários em latim, a língua
oficial da Igreja.
E qual é o motivo do nosso espanto?
Bom, nós já havíamos tratado e adiantado esse assunto neste texto, e do que falo, senão, de “pessoas
tradicionais” em firmar defesa aos signatários dos tais “Dubia” e agora da tal “Correctio
filialis”. E porque não podemos corroborar com estes dois últimos escritos?
Simplesmente porque são documentos que aparentemente
bons mas não são. Expliquemos:
É sabido e ressabido que a Exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia trata-se de um documento
completamente fora da órbita católica e que esta Exortação está contaminada de
heresia modernista. Também é sabido que 4 cardeais (hoje apenas dois vivos)
direcionaram ao Papa Francisco as tais “Dubia”
onde eles pedem ao Papa uma posição acerca daquelas proposições. E agora
apareceu a tal “Correctio fillialis”.
Acontece que conforme se depura dos
documentos citados (todos os três) se arrimam em documentos conciliares e
pós-conciliares, tais como “Familiaris
consortio”, “Reconciliatio
et penitentia”, “Veritatis
splendor”, “Ecclesia de
Eucharistia” todos do
Papa João Paulo II e o “Sacramentum
caritatis”, do Papa Bento
XVI. No caso dos “Dubia” e da “Correctio filialis”, usam, para justificar o seu petitório,
o Código de Direito Canônico de
1983, promulgado pelo Papa João Paulo II.
Acontece que não se combate o erro
com outro erro. Não se apaga fogo com gasolina. Nosso Senhor, Verdade Infalível
nos ensinou que “quem não está comigo está contra mim; e aquele que comigo não
recolhe, espalha” (S. Mateus XII,30), simples assim e bem didático.
Entre os signatários da “Correctio filialis” encontra-se uma figura expoente no “mundo
tradicionalista”, o Superior Geral da FSSPX. Há quem diga que esta assinatura
representaria “uma pá de cal no suposto acordo entre a FSSPX e Roma”, tendo em
vista que o Superior estaria contrariando a Amoris
Laetitia. Acontece, meus amigos, que é justamente o contrário. Dom Fellay
assina um documento baseado em documentos do Concílio Vaticano II, pós-Vaticano
II e arrimado no novo Código de Direito Canônico do Papa João Paulo II de 1983.
Com isso, percebe-se nitidamente a aderência da FSSPX às Reformas Conciliares e
a falta de atitude própria, precisando se aderir a um documento já maculado.
Será que pedir coerência é muito?
O que temos a dizer a respeito?
“Deixem que os mortos enterrem seus mortos!” (São Mateus XIII,22). Dom Antônio
nos lembra que “... estamos com uma igreja nova, portanto, com uma fé
nova... Trata-se de uma igreja evolutiva, modificando-se sempre para adaptar ao
fluxo da História, que não retorna. Já ninguém mais duvida de que essa igreja
não é a Igreja Católica da Tradição que remonta dos tempos dos
apóstolos. Trata-se, pois, agora de persuadir o povo de que essa é a
Igreja Verdadeira, a Igreja de Jesus Cristo”. Este texto foi publicado no
Monitor Campista, 04/09/1983. Trecho retirado do livro: “O Pensamento de Dom
Antônio de Castro Mayer”, página 47, Editora Permanência, 2010, Rio de Janeiro.
Nós, graças a Deus, “não temos nada a
ver, nullam
partem habemus, com o panteão de religiões de Assis”. “Eu não sou desta religião. Não
aceito esta nova religião. É uma religião liberal, modernista, que tem seu culto,
seus sacerdotes, sua fé, seus catecismos, sua Bíblia ecumênica traduzida por
católicos, judeus, protestantes, anglicanos, agradando a gregos e troianos,
dando satisfação a todo o mundo, sacrificando muito frequentemente a
interpretação do Magistério”. (Dom Lefebvre, livro Carta aberta aos católicos
perplexos, pág. 128).
Com isso, não encorajamos a ninguém
que queira permanecer católico a inscrever o seu nome em documentos que nada
mais fazem que reafirmar o erro e perpetuar a idéia de que se trata de uma boa
obra.
O nosso fito é permanecermos
católicos e como se reza na renovação das promessas da Crisma, peçamos a Deus
“provei-me do necessário para ser Vosso fiel soldado de maneira que sustentando
a luta pela fé receba um dia a coroa da vida eterna”.